O Rio Grande do Sul está, definitivamente, inserido no processo de exploração da nova fronteira petrolífera do pré-sal, através do polo naval. Esse fato foi confirmado pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em evento que reuniu, em Brasília, essa semana, os principais atores políticos e empresariais do tema. Ao falar sobre as necessidades da estatal para garantir a produção do óleo dessa nova região, o executivo lembrou que na fase denominada 1ª, que se inicia em 2011, serão utilizadas duas plataformas estacionárias de exploração e oito navios FPSOs, chamados de replicantes, e que servem na extração e armazenamento de petróleo e gás natural em alto mar. 'A maior parte desses equipamentos será produzido no dique seco de Rio Grande, de onde sairão, também, parte das 296 plataformas, navios e barcos de apoio do plano de exploração e produção', explicou.
Nesse planejamento, os investimentos chegam a 104 bilhões de dólares, até 2013, sendo 28,9 bilhões de dólares somente para o pré-sal.
Conforme Gabrielli, serão adotadas medidas de incentivo e financiamento para ampliação da capacidade produtiva e desenvolvimento de concorrência em segmentos de média competição. 'Essa ação é determinação do presidente Lula, que também vai incrementar a associação entre companhias nacionais e internacionais nesta área, fortalecendo sobretudo a indústria naval e a metalmecânica', argumenta.
Outra situação que deve impactar a economia gaúcha é o aumento no refino de petróleo leve, que possibilitará incremento da produção de derivados mais rentáveis, como o óleo diesel, que também poderá ser produzido na Refinaria Alberto Pasqualini. A estimativa é de que a extração total de petróleo e gás natural alcance 3,6 milhões de barris diários, em 2013, sendo que da camada pré-sal a expectativa ainda é pequena, chegando a pouco mais de meio milhão de barris/dia, até 2015.
(Por Sandro Schreiner, Correio do Povo, 27/09/2009)