A Associação de Recicladores de Plásticos considera como “um sério retrocesso ambiental” a decisão da Sociedade Ponto Verde (SPV) de não mais enviar para a reciclagem determinados tipos de embalagens plásticas. Segundo a associação, a medida representa também "um grave risco de incumprimento das metas de reciclagem".
Numa atitude que surpreendeu a todos, a SPV anunciou anteontem que cessaria a remota experimental de plásticos mistos – como embalagens de café, iogurte, batatas fritas e massas -, que estava em vigor desde 2007.
“Com uma única empresa capacitada para reciclar os plásticos mistos, Portugal estava a afirmar-se como um dos países mais avançados neste tipo de reciclagem”, diz a associação, num comunicado. “O anúncio feito pela Sociedade Ponto Verde vem frustrar os objectivos traçados e anunciados e dissuadir mais investimentos na reciclagem”.
A SPV decidiu suspender a reciclagem desses plásticos por considerá-la cara, sendo um dos factores que está a colocar a empresa – responsável pela gestão da maior parte dos resíduos de embalagens em Portugal – no caminho da falência.
“A reciclagem de plásticos mistos não é insustentável”, contra-argumenta a associação dos recicladores, lembrando que as empresas que colocam aquelas embalagens no mercado pagam uma quota à SPV para a gestão daqueles resíduos. “Não se compreende que o sistema ‘ponto verde’ continue a auferir receitas destas embalagens sem deixar de contribuir para a sua recolha e reciclagem”, completa a associação.
(Por Ricardo Garcia, Ecosfera, 25/09/2009)