Será 'um negócio bom para todos' – Fibria, CMPC (Chile) e RS – a venda da Unidade Guaíba, avaliou em Porto Alegre o diretor Florestal e de Tecnologia da Fibria, Walter Lidio Nunes. Ele destaca o memorando firmado entre os dois grupos, pelo qual a Unidade Guaíba será transferida por 1,430 bilhão de dólares, sujeito a ajustes, à empresa chilena, sediada em Santiago.
Conforme o entendimento, a Fibria manterá o projeto Losango em Rio Grande, com previsão de uma fábrica de celulose orçada em 2,8 bilhões de dólares. A CPMC, por sua vez, executará a duplicação já projetada da planta em Guaíba, com investimento também de 2,8 bilhões.
Para a Fibria, a venda reduz pouco o seu endividamento total, de R$ 13,4 bilhões, mas permite renegociação melhor com bancos credores (prazos mais longos e custos menores). Para o RS, o negócio viabiliza investimentos, independentes, de 5,6 bilhões de dólares em duas plantas: a duplicação em Guaíba, pela CPMC, incluindo obras logísticas de 4 portos (reforma no terminal de Guaíba, Rio Pardo, Cachoeira do Sul e São José do Norte) e o projeto Losango, pela Fibria em Rio Grande.
A negociação
A Fibria, resultado da compra da Aracruz Celulose pela Votorantim Celulose Papel (VCP), se fechar a venda à CPMC, repassará a Unidade de Guaíba, que envolve: fábrica de celulose (capacidade 450 mil t/ano), fábrica de papel (60 mil t/ano), terrenos de 212 mil hectares, mais licenças e autorizações para executar duplicação, que elevará a capacidade de produção para 1,75 milhão t/ano.
(Correio do Povo, 25/09/2009)