O Rio Grande do Sul é o segundo Estado com maior potência energética em projetos de energia eólica e o terceiro com maior número de propostas inscritas para o leilão do segmento, marcado pelo Ministério de Minas e Energia para o próximo dia 25 de novembro. São 86 projetos com capacidade de gerar até 2894 MW. Rio Grande do Norte, o primeiro da lista, tem 134 projetos, somando 4.745 MW e o Ceará, que detém 118 empreendimentos, alcança potência de 2.743 MW.
Apesar da condição privilegiada do Estado gaúcho, o Rio Grande do Sul corre o risco de perder os investimentos para estados do Nordeste do país. O alerta é do deputado Alberto Oliveira (PMDB), que propôs a criação e coordenou a Subcomissão Mista para tratar da Energia Eólica na Assembleia Legislativa. “O Rio Grande precisa acordar para isso, senão não vai ter tempo de criar condições favoráveis para os investidores e vamos assistir a vitória de outros estados, mais uma vez”, ressalta o parlamentar. Conforme o deputado, o Rio Grande do Sul precisa estabelecer medidas que sejam atrativas às empresas. No Ceará, por exemplo, o governo do Estado realiza investimentos na infraestrutura e apoio para implantação das usinas, com construção de acessos, iluminação pública e telefonia.
Em audiência pública realizada pela Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável, nessa quarta-feira (24), o diretor da Eletrosul Ronaldo Custódio defendeu a criação de uma política de incentivos para que o Rio Grande do Sul se torne mais competitivo na disputa. “Nós temos que gerar energia limpa, e que requer, inclusive, menos tempo de implantação: são, em média, 18 meses, contra até oito anos necessários para construção de uma hidrelétrica”, destaca Alberto Oliveira. “O potencial de geração de energia eólica do Rio Grande do Sul é enorme: ele precisa ser explorado, para gerar desenvolvimento sustentável”, salienta.
Conforme a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística, o Estado ocupa uma área de apenas 3.32% do território brasileiro e possui um potencial de geração eólica, a 50 metros de altura sobre solo firme e para velocidades a partir de 7 metros por segundo, equivalente a 15% do potencial eólico estimado para o país. O Brasil tem hoje 900 MW de capacidade instalada em parques eólicos no Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. A expectativa é que, até o final de 2010, o potencial da energia eólica brasileira chegará em torno de 1.300 MW.
(Por Natália Pianegonda, Ascom AL/RS, 24/09/2009)