Somente na próxima terça-feira (29/09) é que os representantes da Frente Contra a Privatização do Saneamento em Belém serão recebidos pelo presidente do Serviço Autônomo de Águas e Esgotamento de Belém, Raul Meirelles. A reunião foi marcada após um protesto que durou mais de três horas no centro de Belém. Lideradas pelo Sindicato dos Urbanitários, centenas de pessoas realizaram uma caminhada que saiu da escadinha do cais do porto e seguiu até o Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém (PMB).
A intenção da manifestação foi reivindicar a retirada do projeto de privatização do sistema de abastecimento de água e esgoto da Câmara Municipal de Belém (CMB). De acordo com Ronaldo Romeiro, presidente do sindicato, caso seja aprovada, a privatização deve trazer prejuízos para a sociedade e, inclusive, provocar um aumento significativo no preço da tarifa de água. "As empresas privadas não vão querer investir em áreas carentes, onde as pessoas não têm condições de pagar pelo serviço. Essa será a parcela da população mais prejudicada".
Além disso, uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde diz que cada valor aplicado em saneamento significa uma economia de quatro vezes esse valor. "A água é um bem público. Nós vivemos na capital da água, não tem porque privatizar esse serviço". Para a Frente Contra a Privatização, a solução é investimento público na área, através de uma gestão compartilhada.
O projeto de privatização do sistema de abastecimento de Belém foi enviado à CMB em junho passado. Nos últimos três meses, o assunto já foi pauta de discussão por duas vezes na Câmara. Romeiro explica que o projeto já está apto a entrar em votação, o que pode acontecer na próxima semana. "Deixaram-se passar anos sem investimentos na área e o prefeito Duciomar Costa ainda dispensou quase R$ 255 milhões do Ministério das Cidades para investir no setor. Sendo assim, nós acreditamos que esse projeto já estava sendo programado".
Ao chegar na prefeitura os urbanitários, que durante a manhã desta quarta (23/09) paralisaram todos os serviços, pretendiam uma audiência com o prefeito, mas nem ele e nem o secretário de gabinete estavam no Palácio Antônio Lemos. Assim, uma reunião foi marcada para a próxima semana.
(Diário do Pará / Amazonia.org.br, 24/09/2009)