A Associação de Pais da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Corroios exige a realização de análises às salas de aula para verificar a concentração de fibras de amianto e vai manter o protesto em frente ao estabelecimento pelo menos até ao fim da semana, quando está previsto terminar a remoção dos escombros da escola vizinha.
Alguns encarregados de educação manifestaram-se contra a reabertura do estabelecimento, no concelho do Seixal, exibindo cartazes onde se podia ler “os nossos filhos não vão à escola”. Em causa está o facto de estarem por concluir os trabalhos de remoção dos escombros da Escola Secundária Moinho de Maré, que foi encerrada em 2007 e onde se concluiu existir amianto, uma substância cancerígena.
O director regional de educação de Lisboa e Vale do Tejo garantiu ontem, em declarações à Lusa, que “a obra não representa qualquer risco de segurança” e estará concluída “até ao final da semana”. José Leitão acrescentou que “ao longo do tempo foram realizadas análises ao ar por empresas certificadas e fiáveis, que apontam para a existência de fibras de amianto em suspensão em valores muito inferiores aos da legislação”.
O presidente da Associação de Pais não se contenta com estas explicações e exige a realização de novas análises, já que as operações realizadas no fim-de-semana passado com vista ao “encapsulamento” dos escombros levou, diz, à libertação de fibras de amianto. Carlos Morais afirma ainda que os resíduos não estão Inês Boaventura Até terminar a remoção dos escombros de uma escola vizinha, nos quais foi detectada a substância cancerígena, há crianças que não vão às aulas devidamente isolados, ao contrário do que diz José Leitão.
Ontem, o filho do representante dos pais, que tem 13 anos e vai agora ingressar no 8.º ano, não foi à escola. Carlos Morais garante que o mesmo vai acontecer pelo menos até terminar a remoção dos escombros, mas admite que foram poucos os encarregados de educação a aderir ao protesto. “Os pais não estão muito sensibilizados e não têm onde deixar os filhos”, admite o presidente da Associação de Pais, acrescentando que a adesão só não é maior devido à “contra-informação que existe” e por se tratar de “um perigo invisível”. Em comunicado, esta entidade lembra que já passaram 26 meses desde a desactivação da escola secundária vizinha e lamenta que as obras necessárias não tenham sido feitas durante as férias escolares.
O presidente da Junta de Freguesia de Corroios, Eduardo Rosa, afi rmou, citado pela Lusa, estar ao lado dos pais, sublinhando que “esta é uma situação que já tinha de estar resolvida”, até porque “estão em perigo os alunos e os moradores”.
(Publico.pt, 24/09/2009)