Projeção depende de aprovação pelo Congresso dos projetos do governo que mudam o marco regulatório. Ministro diz ainda que país pode ser autossuficiente em gás em 2 anos e que estudos para novas usinas nucleares estão quase concluídos
O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse que o primeiro leilão de áreas de exploração de petróleo e gás no pré-sal com o sistema de partilha acontecerá no primeiro semestre do ano que vem. Esta projeção, no entanto, depende da aprovação dos projetos de lei enviados pelo governo modificando o marco legal do setor.
"A Câmara vai votar no dia 10 de novembro. Em seguida o Senado também votará. Transformados esses projetos em lei nós vamos convocar um leilão já em regime de partilha no primeiro semestre do ano que vem", disse Lobão, em seminário sobre o pré-sal em Brasília.
No evento, os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT), e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defenderam que a repartição dos royalties oriundos da exploração do pré-sal ocorra de acordo com o índice de desenvolvimento de Estados e municípios. Já o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), um dos Estados cujo litoral abrange área do pré-sal, disse que a Constituição determina tratamento diferenciado aos Estados e aos municípios diretamente afetados pela exploração.
Lobão disse ainda que o Brasil será autossuficiente na produção de gás em dois anos.
"Dentro de algum tempo, o Brasil será completamente autossuficiente. Estamos hoje ainda importando gás liquefeito. A Petrobras estima que dentro de dois anos nós teremos gás suficiente para as nossas necessidades." Mas estudos da própria Petrobras indicam que não é possível que o Brasil possa deixar de comprar gás natural da Bolívia no longo prazo.
Embora esteja previsto aumento da produção nacional de gás, a Petrobras prevê crescimento forte na demanda. Em 2011, segundo a estatal, dos 111 milhões de metros cúbicos diários projetados como sendo a demanda, aproximadamente 24 milhões virão da Bolívia. Lobão disse que o Brasil está concluindo estudos para a implantação de mais quatro usinas nucleares, duas no Nordeste e duas no Centro-Sul.
(Folha de S. Paulo, 24/09/2009)