Pela segunda vez em duas semanas, trabalhadores da usina de Jirau, um dos empreendimentos do complexo hidrelétrico do rio Madeira (RO), paralisaram as atividades no local para pedir aumento salarial. As obras já haviam sido interrompidas, no último dia 8, em protesto dos funcionários de Jirau e da usina Santo Antônio.
Eles pressionavam as empresas a criar um piso salarial de R$ 750 -hoje, um ajudante de pedreiro ganha cerca de R$ 520, segundo o Sticcero, sindicato ligado à CUT, que comandou a paralisação. Pela proposta do sindicato, o piso da categoria passaria a ser de R$ 650, e os trabalhadores teriam direito a cesta básica e plano de saúde.
De acordo com o presidente do Sinicon, que representa a indústria da construção pesada de Rondônia, Renato Lima, só os trabalhadores de Jirau cruzaram os braços nesta quarta (23/09). As obras em Santo Antônio estavam normais. Cerca de 9.500 funcionários trabalham para os consórcios responsáveis pelas usinas -a Energia Sustentável do Brasil, liderada pela franco-belga Suez Energy (de Jirau), e Santo Antônio Energia, que tem à frente a Odebrecht.
(Por Matheus Pichonelli, Folha de S. Paulo, 24/09/2009)