A desapropriação dos moradores da área e também o impacto ambiental causado pela construção da Barragem da Arvorezinha foram as únicas perguntas da noite. A equipe técnica da Fepam, do Departamento de Água e Esgotos de Bagé e da empresa STE, responsável pela elaboração do projeto do novo reservatório, explanaram principalmente sobre os estudos de impacto ambiental do empreendimento.
Apesar do auditório da Escola São Pedro estar cheio, apenas 11 participantes se inscreveram para apresentar manifestação. Destes, sete questionaram os critérios para o desalojamento dos moradores e quatro solicitaram informações sobre a qualidade da água a ser fornecida, além dos prováveis perigos oferecidos pela obra.
Sobre os valores, formas de pagamento e critérios utilizados para a retirada dos moradores da localidade, o auditor da prefeitura, Sérgio Kaé, explicou que o início do processo de desapropriação da área se dará após a emissão da licença prévia. O Daeb deverá contratar uma empresa para avaliar a região, utilizando critérios que levem em consideração os hectares e as benfeitorias envolvidas no processo. A princípio, dependendo do valor global da indenização, a autarquia pretende pagar os moradores à vista, já que possui recursos especialmente poupados para a ocasião.
O professor Gésner Carvalho, que considera a construção da barragem como um desastre para Bagé, destacou que o novo empreendimento é um perigo iminente porque rodovias passam muito perto do local. O coordenador da equipe da Fepam, Marco Antônio Tinelli, respondeu que as rodovias às margens da barragem sofrerão planos emergenciais e de adequação para cargas perigosas, a fim de evitar acidentes que possam contaminar o reservatório.
O vereador Gustavo Moraes se manifestou a respeito do lixão que existiu por mais de 30 anos perto do local onde será construída a barragem e também sobre a qualidade da água que será distribuída, já que seis bairros próximos ao local não possuem sistema de esgoto. O engenheiro-técnico do Daeb, Sérgio Rodrigues, esclareceu que a drenagem dos resíduos do antigo lixão não compromete o novo empreendimento porque através de estudos foi comprovado que o material corre em direção oposta à área onde será construída a obra. Já a respeito do saneamento básico dos bairros próximos, foi afirmado que a situação está sendo monitorada e existem projetos de adequação das redes coletoras e da implantação de estações de tratamento de água no local.
Sérgio Rodrigues encerrou enfatizando que a água que será distribuída pela Barragem da Arvorezinha receberá o mesmo tratamento que o Daeb oferece atualmente para as três barragens, com o mesmo controle qualitativo do produto, que passa por vários tipos de análise em diversas oportunidades.
(Por Francisco Rodrigues, Jornal Minuano, 23/09/2009)