Os Estados Unidos começarão a exigir que as grandes empresas monitorem e notifiquem as emissões de gases do efeito estufa, afirmaram autoridades nesta terça-feira, numa medida que poderá facilitar o trabalho dos reguladores federais para cortar as emissões caso o Congresso não aprove um projeto de lei sobre mudança climática.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) disse que o novo sistema de notificações vai ajudar na compreensão sobre as origens das emissões de gases-estufa e por fim ajudar a reduzi-las.
"Esse é um grande avanço em nosso esforço para tratar dos gases-estufa que poluem nossos céus," disse a administradora da EPA, Lisa Jackson. "O público americano e a própria indústria finalmente terão informações de importância crucial e, com essas informações, podemos determinar qual a melhor forma de reduzir essas emissões."
A EPA afirmou que o sistema de notificações cobrirá 85 por cento do total das emissões de gases-estufa dos EUA, lançadas por cerca de 10 mil instalações. Uma refinaria de petróleo, uma usina ou outro estabelecimento terá de notificar seus dados sobre poluição caso suas emissões de dióxido de carbono ultrapassem as 25 mil toneladas por ano.
O limite de 25 mil toneladas de dióxido de carbono equivale às emissões de 131 vagões de trem de carvão consumidos, 58 mil barris de petróleo consumidos ou as emissões do consumo anual de energia de aproximadamente 2.200 residências.
"O público tem a necessidade e o direito de saber sobre os maiores emissores do país," disse Mark MacLeod, diretor de projetos especiais do Fundo de Defesa Ambiental. "A transparência proporcionada hoje informará a política inteligente que tem como alvo as maiores fontes das emissões que armazenam o calor."
Os poluentes do aquecimento global cobertos pelo sistema de notificações da EPA incluem o dióxido de carbono, o metano, o óxido nitroso e hidrofluorocarbonetos. O novo sistema de notificações entra em vigor em janeiro de 2010 e os grandes emissores deverão preencher sobre os dados de emissão anual em 2011.
(Por Tom Doggett, Reuters, UOL, 22/09/2009)