Na Região Sul, condição de temporais deve permanecer na nova estação. Norte e Nordeste do país poderão ter chuva abaixo da média histórica
A persistência do fenômeno El Niño na primavera, embora com fraca intensidade, deve causar chuvas entre normal e acima da média nas regiões Sul e Centro-Oeste e no estado de São Paulo. A estação de transição entre o inverno e o verão, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), começa às 18h18 desta terça-feira (22/09) e é a passagem do período seco para o chuvoso na região central do Brasil.
Com a chegada da nova estação, o norte da Região Norte e a Região Nordeste, com exceção da Bahia, terão chuva entre normal e abaixo da média histórica. Para as demais áreas do país, a previsão é de precipitações dentro da normalidade. “O El Niño se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial e favorece, associado a outros eventos meteorológicos locais, o aumento gradativo das chuvas. A Região Sul é fortemente influenciada pelo El Niño”, diz ao G1 a meteorologista Priscila Farias, do Cptec/Inpe.
Priscila explica ainda que o Sul passou por um período prolongado de estiagem e que, a partir de julho, já por influência do El Niño, começou a registrar precipitações acima da média no norte da região. “Já temos excesso de chuva nos estados de Santa Catarina e Paraná, além também de São Paulo, que registrou eventos extremos de chuva em julho”, afirma.
Temporais
A meteorologista explica que o El Niño, evento de grande escala, favorece a formação e intensificação de sistemas meteorológicos que proporcionam a ocorrência das chuvas. Não se destaca a possibilidade de eventos severos de tempo como chuva forte associada à ventania e queda de granizo. “A passagem de sistemas frontais – que se caracterizam pelo encontro de massas de ar quente e fria – associada ao gradativo aumento das temperaturas nessa época do ano favorece a formação de nuvens de tempestade", diz.
Durante a primavera, uma estação de transição, Priscila explica que é comum a ocorrência de eventos típicos tanto do verão quanto do inverno. “A aproximação de sistemas frontais é típica do inverno, e o aumento gradativo das temperaturas é típico do verão. Por isso a primavera é propícia para que ocorram ainda temporais localizados e eventos mais severos de chuva”, diz.
Já com relação a novos tornados, a especialista afirma que eles são consequências típicas de um temporal forte, mas os institutos brasileiros ainda não conseguem fazer a previsão de eventos meteorológicos nessa escala.
(G1, 21/09/2009)