O ministro do Esporte Orlando Silva reafirmou nesta segunda (21/09), em São Paulo, que não haverá investimento do governo federal na construção e reforma dos estádios de futebol para os jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Segundo o ministro, os três estádios particulares (São Paulo, Internacional e Atlético Paranaense) poderão ter suas obras financiadas com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), enquanto mais cinco estádios irão contar com a formação de parcerias público-privadas (PPPs). Já as quatro arenas restantes receberão verbas dos governos estaduais. “Isso é problema local em que não podemos intervir, impedir ou vetar essa atitude”, afirmou o ministro.
“Do ponto de vista do governo federal, a nossa linha continua a mesma: não haverá recursos do Tesouro Nacional para construir estádios ou reformar arenas”, disse. Segundo Silva, o BNDES vai liberar cerca de R$ 4,8 bilhões em financiamentos para a Copa do Mundo. “Acredito que o BNDES vai atuar como agente fomentador importante do processo. É um banco estatal, mas que vai operar com as empresas privadas, estimulando os investimentos necessários para a Copa de 2014”.
Uma ideia que vem sendo cogitada pelo comitê responsável pela Copa do Mundo no Brasil, de acordo com o ministro, é a de se criar uma sociedade de propósito específico (SPE), que captaria recursos, executaria a reforma ou a construção das arenas e também gerenciaria esses espaços por um prazo de 20 a 30 anos.
Um dos estádios que pretendem obter financiamento do BNDES é o do Morumbi, de propriedade do São Paulo Futebol Clube. Segundo o presidente Juvenal Juvêncio, o BNDES deve emprestar dinheiro ao clube com uma taxa de juros entre 8% e 8,5% ao ano. “É um bom juro”, disse. “A obra é com o dinheiro do BNDES, que é um banco como outro qualquer. E não é dinheiro público”, completou.
Perguntado sobre o fato da Federação Internacional de Futebol (Fifa) estar se posicionando contra a realização de jogos da Copa do Mundo no Morumbi, o presidente do São Paulo afirmou que o clube não pretende alterar o projeto que apresentou à entidade e disse ter encarado as críticas da Fifa ao estádio como esperada. “A crítica não é surpresa. Esperamos outras até 2012 (data em que os estádios deverão estar prontos)”, afirmou.
“O São Paulo tem um projeto bem avançado. Alguns estados ainda terão que demolir os estádios velhos para depois reconstruir-los. Nós temos 84% da nossa arena pronta”. E salientou: “Nada ficará melhor que o Morumbi”. O ministro do Esporte também aprova o Morumbi como sede dos jogos. “O São Paulo, como agente privado, tomador, vai captar recursos no BNDES para viabilizar a reforma do seu estádio que, espero, se qualifique para ser o estádio da abertura da Copa de 2014”, disse.
(Por Elaine Patricia Cruz, com edição de Aécio Amado, Agência Brasil, 21/09/2009)