Um novo relatório da Ceres, uma coalizão de investidores, grupos ambientalistas e outros indivíduos, demonstra que os bancos de mercados emergentes estão começando a integrar considerações sobre as mudanças climáticas nas suas tomadas de decisão, mas ressalta que ainda há necessidade de muita atenção. Apesar da maioria dos bancos da América Latina e Ásia estarem conscientes dos riscos das mudanças climáticas sobre os negócios, o relatório demonstra que apenas um pequeno número de bancos está financiando programas de energias limpas e um número ainda menor participa de projetos de carbono.
De autoria do grupo RiskMetrics, o relatório ‘Lidando com o risco climático: Instituições financeiras nos mercados emergentes’ consultou 154 bancos, instituições de crédito e fundos de investimentos na Asia, leste europeu, América Latina e outras regiões, dos quais 64 responderam a pesquisa por completo.
De acordo com o relatório a principal resposta dos bancos e instituições financeiras às mudanças climáticas são relacionadas a implementação de políticas específicas, ao levantamento das visões do quadro de diretores e ao incentivo aos investimentos em energias limpas e oportunidades no mercado de carbono. Porém apenas poucos estão integrando os riscos climáticos no centro das suas atividades de empréstimo.
Mais de 80% dos questionados estabeleceram um sistema de gerenciamento de risco que lida com questões ambientais, sociais e de sustentabilidade em geral. Cerca de dois terços reconhece que as mudanças climáticas impactarão seus negócios, enquanto 55% prevê tanto impactos positivos quanto negativos. A maioria, ou 67%, estabeleceu uma política ambiental ou de sustentabilidade para guiar as práticas empresariais, e quase um terço deles tem políticas direcionas às mudanças climáticas.
O estudo também identifica diversas instituições líderes do setor, como Rabo Equity Advisors, Grupo Finterra, YES Bank, Center-invest Bank, Axxess Capital, Frontier Markets Fund Managers, Global Environment Fund, e DLJ South American Partners, que estão começando a integrar também políticas climáticas nas suas práticas, além das ambientais mais gerais e a buscar oportunidades no mercado de carbono e de energias renováveis.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 18/09/2009)