O criador do termo biodiversidade, Thomas Lovejoy, defendeu nesta segunda-feira (21/09) que os países ricos devem trabalhar em conjunto com nações como o Brasil, oferecendo incentivos e ajuda financeira. O ecólogo, estudioso da amazônia e ex-conselheiro de biodiversidade do Banco Mundial ressalta que atualmente os Estados Unidos estão trabalhando muito bem domesticamente na conservação e reabilitação dos ecossistemas, mas que estes esforços devem ser ampliados.
Em palestra realizada durante o V Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), Lovejoy também defendeu o papel das florestas como uma importante ferramenta na estabilização do crescimento das emissões de gases do efeito estufa, sendo uma das únicas maneiras conhecidas para absorver o dióxido de carbono em excesso na atmosfera. "Vamos recapturar um pouco deste carbono", disse ele se referindo às cerca de 250 bilhões de toneladas de carbono que os ecossistemas perderam nas últimos três séculos.
Apesar dos esforços mundiais para preservar as florestas, as estratégias de conservação também precisam ser revistas, explica o pesquisador. Há necessidade de melhorar as práticas agrícolas e pecuárias visando restaurar o carbono dos solos. "Essencialmente é reverdejar o planeta esmeralda".
Lovejoy, juntamente com o cientista Jim Hansen, defende que a comunidade internacional tome medidas para que a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera volte para 350 ppm das cerca de 390 ppm atuais. A meta ensejada pelos cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) é estabilizar a concentração em 450 ppm, o que seria referente a um aumento de cerca de 2 °C na temperatura média da terra.
(Por Fernanda B. Müller*, CarbonoBrasil, 21/09/2009)
* Enviada especial da CarbonoBrasil ao V Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, em Curitiba