Os atingidos pela Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Moinho, acampados há mais de 9 meses perto do canteiro de obras da usina, receberam nesta sexta (18/09) uma ordem de despejo a mando da empresa Engevix, dona da barragem. Os acampados temem um despejo violento, já que em maio deste ano, durante protestos para exigir as indenizações, cinco agricultores foram detidos e tiveram suas moradias destruídas pela Brigada Militar.
A PCH Moinho é de propriedade da Engevix e está localizada no rio Bernardo José, entre as cidades de Barracão e Pinhal da Serra. A operação comercial da usina está prevista para março de 2010. Segundo Elaine Fabro, uma das acampadas organizadas no MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), a Engevix não quer saber dos direitos dos atingidos.
“Nessa semana a Engevix não compareceu a uma reunião com os índios atingidos pela UHE Monjolinho. Agora ela quer despejar os agricultores que estão lutando por indenizações justas. Isso prova que a empresa não está do lado do povo”, afirmou Elaine Fabro.
A empresa Engevix é acusada ainda de fraudar o estudo de impacto ambiental (EIA) da barragem de Barra Grande. Segundo denúncias de ambientalistas, ela teria escondido a existência de seis mil hectares de mata primária, principalmente de araucárias. Os atingidos pretendem permanecer na área até que a empresa resolva pagar indenizações justas aos agricultores.
(MAB, 18/09/2009)