O projeto de revitalização do Cais Mauá tem concentrado a atenção das entidades ligadas ao turismo na Capital. O assunto, que será tema de uma audiência pública na Câmara de Vereadores, no Plenário Otávio Rocha, na quinta-feira, é visto como estratégico para criar um novo atrativo aos visitantes para a Capital e gerar mais recursos financeiros aos segmentos de comércio e serviços.
Em reunião do Fórum de Governança Local do Turismo de Porto Alegre, na semana passada, empresários e entidades se comprometeram a participar em peso da audiência, de forma a mobilizar a população em prol da causa. Na quarta-feira passada, na Federasul, empresários apresentaram os benefícios da revitalização ao secretário do Planejamento Municipal, Márcio Bins Ely.
As ações continuam nesta semana. Na quarta-feira, véspera da audiência pública, os dirigentes que integram o fórum levarão à Câmara de Vereadores uma carta aberta em defesa do projeto de revitalização do Cais Mauá. O documento será entregue durante a reunião de Mesa Diretora da Casa ao presidente do Legislativo, Sebastião Melo, e para a Frente Parlamentar do Turismo, presidida pelo vereador João Carlos Nedel.
A posição do trade é de que o trecho do cais entre as proximidades da rodoviária de Porto Alegre e a Usina do Gasômetro possui um bom potencial para receber bares, restaurantes e outros segmentos do comércio, além de opções culturais. A ideia não é nova, mas agora começa a ganhar corpo, após o envio de um projeto de lei considerado economicamente viável pelo governo do Estado ao Executivo Municipal em maio. O documento encontra-se agora na Câmara Municipal.
A expectativa da Comissão de Revitalização do Cais Mauá, que integra áreas técnicas da prefeitura e do governo estadual, é de que até o final do ano seja lançado o edital e o projeto seja iniciado em 2010 para conclusão até a Copa de 2014. O investimento previsto é de R$ 500 milhões com recursos da iniciativa privada. Em área total de 181 mil metros quadrados e três quilômetros de extensão, o projeto original prevê a utilização do espaço respeitando a legislação de exploração dos armazéns e da Usina, tombados pelo patrimônio histórico.
“O projeto é muito positivo por fortalecer comércio e serviços e colocar a Capital em um patamar turístico muito mais elevado do que está hoje”, explica Gustavo Ene, diretor-secretário da Federasul e membro da comissão de acompanhamento do Projeto do Cais do Porto. Ele entende que a cidade tem potencial para desenvolver seu turismo, mas ainda faltam atrativos para atrair visitantes. “Temos o Guaíba, mas a convivência com este praticamente inexiste”, observa.
(Por Erik Farina, JC/RS, 21/09/2009)