Amanhã é dia de deixar o carro na garagem. Ir ao trabalho, escola ou faculdade usando metrô, ônibus, bicicleta ou mesmo andar a pé. Vale a carona solidária, para otimizar a saída de veículos no Dia Internacional sem Carro. Criada na França na década de 90, mas adotada desde 2005 no Brasil, a medida é uma das propostas ecologicamente responsáveis para tentar fazer frente a problemas como congestionamentos, mortes no trânsito, uso do espaço urbano e danos ao meio ambiente, causados pelo crescimento da frota de automóveis nos grandes centros urbanos.
O setor de transporte é hoje a principal fonte de gás carbônico nas maiores cidades brasileiras e por quase a metade do consumo de petróleo. A combustão desses derivados é a maior responsável pela emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global.
O presidente do Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil), Luís Antônio Lindau, aponta três frentes de alternativas para amenizar os problemas de trânsito em Porto Alegre: o projeto Portais da Cidade, que pretende desafogar o trânsito no Centro; investimentos em ciclovias; e melhorias no sistema de circulação viária.
Lindau defende a proposta dos Portais e o Bus Rapid Transit (BRT), desenvolvido em outras capitais brasileiras. 'É preciso tirar essa enorme quantidade de ônibus que chegam ao Centro da Capital. A ideia do BRT é levar o projeto do metrô ao sistema ônibus', disse o engenheiro, citando exemplos de México, Índia, África do Sul e Colômbia.
Os pedestres também devem ter um espaço melhor de circulação, ressaltou Lindau. 'São o elemento mais fraco do sistema de transporte. Precisamos de calçadas melhores.' O uso de bicicletas também foi defendido pelo presidente da CTS-Brasil, mas ele fez uma ressalta: 'As ciclovias são uma necessidade, mas também se precisa pensar em condições de estacionamento para as bicicletas para que elas possam integrar o nosso deslocamento diário'.
(Correio do Povo, 21/09/2009)