A reunião dos líderes do G20 na próxima semana em Pittsburgh não deve trazer consenso sobre a quantidade de dinheiro que os países desenvolvidos devem pagar a países mais pobres como parte das negociações climáticas internacionais, disseram nesta sexta-feira (18/09) fontes que trabalham na preparação do encontro. "A temperatura será tomada em Nova York, na Assembleia Geral da ONU, mas da forma como está, é improvável que os líderes do G20 discutam quaisquer detalhes sobre recursos para a questão climática, ou que cheguem a qualquer acordo sobre isso", disse uma fonte à Reuters.
Líderes da União Europeia se encontraram em Bruxelas na quinta-feira para discutir a postura que levarão ao encontro do G20, que reúne nações industrializadas e emergentes. Eles concordaram que os países mais pobres precisarão de cerca de 100 bilhões de euros por ano até 2020. O dinheiro ajudaria os países em desenvolvimento a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, adaptar-se a possíveis quebras de safra e garantir novas fontes de água.
A Europa quer que os países ricos do G20 encontrem até 7 bilhões de euros por ano para o mundo em desenvolvimento como um adiantamento em busca de um acordo climático global. A questão financeira surgiu como um dos principais obstáculos para o pacto climático que substituirá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
"A União Europeia continuará a pressionar os EUA e outros países a mostrar suas posições sobre os recursos para o clima. Mas isso deve ser deixado para o último minuto, nas negociações de Copenhague, em dezembro", disse outra fonte. "O G20 precisa ser cuidadoso. Por um lado, ele precisa decidir o ímpeto que dará às conversações, mas precisa evitar que as negociações fracassem por colocar uma pressão muito grande sobre Pittsburgh."
(Reuters / Estadao.com.br, 18/09/2009)