A engenheira agrônoma, doutora em plantas daninhas e professora de Agronomia da Universidade de Caxias do Sul Taísa Dal Magro explica que há diversas substâncias para controlar o crescimento da vegetação. O mais comum é o glifosato.
A engenheira explica que ele é um produto sistêmico de ação total, ou seja, elimina todas as espécies presentes na área. Conforme Taísa, a substância não apresenta efeito residual no solo e, quando em contato com a terra, é rapidamente desativada pela ação de microorganismos e pela aderência à argila e matéria orgânica do solo:
– Ele deve ser aplicado em pós-emergências (quando há a existência dos vegetais) das plantas daninhas e requer nova aplicação quando houver nova emergência das espécies.
A especialista acrescenta que o glifosato apresenta baixa toxidade para mamíferos, mas, no momento da aplicação, equipamentos de proteção individual devem ser utilizados. É recomendável também evitar o contato direto com as plantas pulverizadas.
Na pesquisa desenvolvida para a Codeca pela empresa Pro-Ambiente, de Porto Alegre, foi utilizado um produto que usa glifosato como composto ativo, segundo o engenheiro químico João Osório Martins. Análises do solo eram feitas de três em três meses e, conforme Martins, não houve qualquer dano nos locais estudados. De acordo com ele, o produto apenas dificulta o crescimento das plantas, sem matá-las.
– Se houvesse algum dano, nós abortaríamos a ideia. Eu, como engenheiro químico, tenho de garantir tecnicamente que não haja poluição – afirma Martins, há 25 anos na área.
O diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico, argumenta que, como a aplicação será periódica, o produto não vai impedir o surgimento da vegetação e o mato não está livre da roçada:
– Não vamos fazer junto ao passeio e perto de cerca de parques. O número de funcionários também não vai diminuir, como aconteceu quando implantamos o sistema de contêineres.
(O Pioneiro, 18/09/2009)