Desde segunda-feira alguns moradores da localidade de Beira do Rio estão sofrendo com a falta de água. Há anos os moradores dessa comunidade enfrentam esse problema e, quando recebem, carece de qualidade. A situação atual teve início após a enchente da última semana. Até o momento os usuários do poço artesiano, administrado pela Associação Comunitária para o Desenvolvimento do Faxinal e Beira do Rio (Ascodefaber), afirmam não ter recebido nenhuma previsão de retorno à normalidade.
Desde o início da semana a família de Cristiana da Silva (30) utiliza água de uma valeta em frente da residência para se banhar. “As crianças têm que ir para o colégio e usam essa água para limpar os pés, pelo menos”, destacou a mãe dos garotos, que não tem água nem para beber desde segunda-feira. Cristiana também mostrou o tanque onde lava roupas repleto de peças sujas, assim como a pia cheia de louças à espera do retorno da água. Na mesma casa, uma senhora de idade está acamada e precisa do líquido para a higiene, assim como o restante da família.
A agente de saúde da localidade de Beira do Rio destacou o perigo que as pessoas correm com a situação. “Utilizando essa água da sarjeta eles estão sujeitos a doenças como hepatite e leptospirose, além de outros males como diarreia e vômito.”
Os moradores também reclamam que quando a água tem vazão a qualidade não ajuda. Eles falam da forte coloração e da turbidez da água que, segundo eles, não pode ser normal. Um dos moradores teria, inclusive, encaminhado o problema à Promotoria Pública e, nos próximos dias, podem surgir novidades sobre a qualidade da água que está sendo consumida no local.
Recentemente foi colocado um filtro pela Ascodefaber, porém, os usuários reclamam que no início parecia que resolveria, mas a qualidade voltou a ser ruim após alguns dias. Outra reclamação se refere ao pagamento desse dispositivo, que seria feito pelos moradores locais. Alguns chegaram a acertar parte do valor, porém, a peça estaria sendo devolvida para a empresa que estava fornecendo o material e os atingidos não estariam satisfeitos com a possibilidade de não ser ressarcidos.
O presidente da Ascodefaber, Leur Faleiro, diz que a bomba queimou e deve ser substituída hoje. “Não fizemos antes porque precisamos aguardar o equipamento, que vem de fora.” Ele alerta que as reclamações são de famílias que não têm caixa d’água, o que impede a reserva no caso de enchentes como a verificada no fim de semana. Sobre a qualidade do líquido, afirma que foram feitos vários procedimentos para melhorar, mas novamente a cheia foi a vilã e agora o filtro não dá mais conta. Diz estar empenhado para a resolução do problema e deve se reunir hoje com lideranças da cidade na tentativa de encontrar uma alternativa. “O que mais quero é encontrar uma solução.”
(O Informativo, 17/09/2009)