Meteorologia prevê novos temporais no Estado, o que ameaça piorar cheia
As nuvens carregadas voltaram ao céu do Rio Grande Sul ontem. Após suportar quase metade de setembro abaixo de chuva, os gaúchos correm o risco de enfrentar novo aguaceiro. O grande volume esperado até o fim de semana recoloca o Estado em alerta pela possibilidade de mais temporais e pelo consequente aumento dos níveis dos rios.
Ontem, a frente fria entrou pelo Oeste, trazendo precipitação forte, principalmente nos municípios da fronteira. Em São Borja, o volume de água até o início da noite era de 45 milímetros, o equivalente ao esperado para uma semana inteira neste mês. Além da fronteira, a chuva atingiu também a região central gaúcha. As áreas de instabilidade avançavam lentamente pelo Estado e deveriam chegar no início da madrugada de hoje à Região Metropolitana.
Hoje, deverá cair chuva a qualquer hora do dia em praticamente todo o Estado, exceto no extremo sul gaúcho, onde o tempo seguirá firme. Segundo a meteorologia, há o risco de temporais com rajadas de vento fortes e até granizo em áreas isoladas. Com o tempo fechado, a temperatura baixará um pouco, com a máxima ficando em torno dos 20°C.
Na madrugada de amanhã, o aguaceiro deverá engrossar. Um ciclone extratropical deve se formar sobre o Rio Grande do Sul. Por conta disso, desde as primeiras horas do dia esperam-se fortes temporais acompanhados vento forte. Assim como na semana passada, as rajadas poderão superar novamente os 100 km/h no território gaúcho.
Com a chuvarada desta semana, a tendência é que setembro supere em pelo menos 50% a média de precipitação de todo o Estado para setembro. Até ontem, das 21 estações convencionais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) 16 já haviam ultrapassado os níveis do mês.
De olho nos rios
- O Rio Uruguai chegou a 8,37 metros às 19h de ontem, em Uruguaiana. Ontem, apenas duas famílias foram deslocadas de suas casas para residências.
- Apesar da chuva, em São Borja, o Rio Uruguai baixou mais de 10 centímetros ontem, chegando a 10,7 metros. Onze famílias se mudaram para casa de parentes por causa dos alagamentos.
- Após atingir o pico nos 6,3 metros, o Rio dos Sinos baixou 10 centímetros ontem, em São Leopoldo – cerca de quatro metros acima de seu nível normal. As cerca de 60 famílias flageladas, no entanto, não puderam retornar para suas casas.
- O Guaíba estava a 2,25 metros, nível considerado preocupante.
(Zero Hora, 17/09/2009)