O único caso conhecido no Rio Grande do Sul em que a identificação dos agricultores responsáveis por depredação foi parar num tribunal se arrasta há mais de três anos, sem prazo para conclusão. É o julgamento dos responsáveis pela destruição de viveiros de mudas e de um laboratório da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro (a 60 quilômetros da Capital), em 8 de março de 2006.
O ato foi praticado por 1,5 mil mulheres da Via Campesina, em protesto contra o plantio de eucaliptos no Estado, que elas consideram nocivo aos interesses da reforma agrária.
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual identificaram 37 envolvidos no preparo do protesto e na depredação. Entre eles, o líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. Todos foram denunciados por dano e furto qualificado, formação de quadrilha, sequestro e cárcere privado (de funcionários da Aracruz) e lavagem de dinheiro praticada, supostamente, por uma Organização Não-Governamental à qual as militantes são ligadas e que recebe verbas do Exterior.
O processo demora porque cinco das 37 denunciadas não foram encontradas. Como até os advogados exigem o interrogatório de todos, o trâmite se arrasta. O promotor Daniel Indrusiak pediu diligências à Polícia Civil para localizar testemunhas, e o julgamento não tem data marcada.
(Zero Hora, 17/09/2009)