Nesta quinta-feira (17/09) e sexta (18), acontece, em Arequipa, Perú, o Encontro dos Povos Andino-Amazônicos Alternativo à 29ª Convenção Mineira: Por Vida, Territórios, Água e Direito à Consulta. O encontro, que reunirá organizações de comunidades andinas e amazônicas, tem o objetivo de construir o projeto de vida das próprias comunidades.
De acordo com a convocatória do encontro, divulgada pela Confederação Nacional de Comunidades do Perú Afetados pela Mineração (Conacami Perú), a ideia é consolidar a presença dos povos indígenas como atores sociais e "gerar propostas conjuntas entre povos andinos e amazônicos sobre os direitos ao território, à consulta, à autonomia, entre outros, e suas estratégias para a incorporação na constituição política".
O evento é uma alternativa à 29ª Convenção Mineira que acontece desde segunda-feira passada (14), em Arequipa. Segundo o comunicado da Conacami, esse evento, organizado pelo Instituto de Engenheiros de Minas do Perú, reúne empresários e trabalhadores de vários países do mundo.
"Este evento mineiro é um dos mais importantes da América Latina e um dos mais destacados no mundo para o setor empresarial. Seu objetivo está centrado em como as empresas mineiras obterão e projetarão no Perú seus investimentos e operações para seu próprio benefício em detrimento da soberania nacional e dos direitos dos povos e da Mãe Natureza.", comenta.
Por conta disso, o Encontro dos Povos Andino-Amazônicos, reunirá, além da Conacami, representantes da Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), comunidades organizadas e instituições indígenas e da sociedade civil do Perú para debater questões relacionadas à mineração e ao cumprimento dos direitos dos povos indígenas e dos defensores da natureza. Dentre os temas que serão abordados nos dois dias do encontro estão: efeitos da mineração na saúde humana; criminalização e perseguição dos defensores territoriais e ambientais; e constitucionalização dos direitos coletivos dos povos indígenas.
"Os povos indígenas têm resistido durante séculos este tipo de políticas dirigidas a nosso extermínio físico e cultural, e hoje vivemos afiançando a unidade andino-amazônica para consolidar nossas propostas e estratégias de defesa de nossos direitos. Fazemos desde nossa cosmovisão, convencidos de que ela é o sustento de um novo modelo de vida, o Bom Viver, que desmoronará o sistema que mercantiliza a vida e a mãe natureza", comentam na convocatória.
(Adital, 16/09/2009)