Agricultor compra água para não morrer de sede. Secretaria estadual diz que deve limitar uso de carros-pipa
Enquanto o Sul do país sofre com o excesso de chuva, no Piauí, 58 municípios já decretaram situação de emergência por causa da seca. Moradores do sertão estão tendo que comprar água para garantir o abastecimento das propriedades. A situação é mais grave no semiárido. Na região, não chove há quatro meses. Dezenas de povoados e vilas sofrem com a escassez de água. Apesar da intensidade da chuva no começo do ano, já não há mais água armazenada. Muitos açudes e pequenas barragens secaram totalmente.
Os agricultores estão sendo obrigados a comprar água para não morrer de sede. Cinco mil litros custam R$ 60. “A gente poupa até o que comer para poder comprar água para sobreviver”, disse o agricultor Francisco dos Santos. Nas casas, o uso da água é racionado. “Tem dia que não toma banho, não. Outro dia pega um baldinho”, contou o agricultor Francisco de Moura.
Esta é uma época que a seca costuma castigar a região. No ano passado, neste mesmo período, o Exercito estava dando assistência às comunidades distribuindo água com os caminhões. Neste ano, o serviço está suspenso.
Os prefeitos dos municípios atingidos pela seca alegam que não têm recursos. Para piorar a situação, a Secretaria Estadual de Defesa Civil deve limitar o uso de carros-pipa. “Sai mais cara a contratação do carro-pipa do que a ação preventiva. Hoje, a locação do carro-pipa gira em torno de R$ 6,5 mil. Nós conseguimos dar solução ao problema de abastecimento da comunidade em média com R$ 50 mil. Então, é muito mais eficaz esta ação, medida definitiva”, disse o secretário Fernando Monteiro.
O Governo do Piauí informou que já dispõe de R$ 25 milhões, repassados pelo Ministério da Integração Nacional, para implantar o programa "desmobilização da rota do carro-pipa". A licitação para definir que empresas farão as obras deve começar nos próximos dias.
(G1, com informações do Globo Rural, 15/09/2009)