Esgotos urbanos e industriais continuam a ser lançados ao rio Tâmega, colocando-o numa situação “insustentável”, alerta a Quercus. A associação pediu a “pronta intervenção e investigação” do Ministério Público para responsabilizar os culpados.
A fotografia que os núcleos regionais da Quercus de Vila Real, Viseu e Porto tiraram ao rio apresenta apenas duas cores: verde durante o Verão e negro nos restantes meses do ano. Esta condição é o “resultado da proliferação de fitoplâncton designado por algas azuis ou cianobactérias”.
Em comunicado, a associação lamenta que as suas margens se tenham tornado “pântanos de lodos negros e fétidos onde se acumulam resíduos de todo o tipo”. A Quercus denuncia ainda que a ETAR (estação de tratamento de águas residuais) de Amarante, por onde passa o rio, está obsoleta e a funcionar mal e lembra a “baixíssima taxa de 17 por cento de cobertura de saneamento básico”.
Esta situação, que perdura “há vários anos”, parece “estar fora das preocupações e controlo das autoridades nacionais”.
Além de apelar ao Ministério Público, a Quercus pede ainda às populações de Mondim de Basto e Celorico de Basto que se desloquem ao local “para que vejam com os seus próprios olhos o possível futuro do rio Tâmega na albufeira da prevista barragem do Fridão”, explorada pela EDP. Esta barragem, a escassos quilómetros de Amarante, deverá começar a ser construída em 2012. A albufeira inundará uma área com cerca de 800 hectares.
Já no ano passado, Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e especialista em estudos de impacte ambiental, denunciou que o Tâmega seria, porventura, o curso de água, dos rios internacionais, que apresentava maior grau de poluição.
(Ecosfera / 16/09/2009)