Funcionários e integrados receberam com espanto a notícia, mas não temem possíveis demissões
A venda da Seara para o Grupo Marfrig surpreendeu os moradores de Seara. Tanto que alguns funcionários nem sabiam da negociação na tarde desta terça (15/09).
– Não sei de nada – disse Cristiano Zucchi, que curtia a folga jogando sinuca. A Seara é a principal empresa da cidade de Seara, que possui 18 mil habitantes. O secretário da administração Ademir Verza estima que 30% da população economicamente ativa trabalha nela. São três mil funcionários sem contar os 174 integrados e funcionários indiretos.
Mesmo assim ele não demonstrou temor pela perda de emprego, devido a demanda grande por funcionários. A faxineira Terezinha Tamanho também está otimista.
– Para quem trabalha bem sempre tem emprego – disse.
Além dela, trabalham na agroindústria um filho, a nora, um cunhado e o sobrinho.
– Se a empresa fechar a cidade para – disse o funcionário Valdecir Leiser, 39 anos, que há oito anos trabalha na empresa.
Produtor terá que trocar de placa pela terceira vez
Essa é a terceira vez que ele passa por uma troca de comando. Antes da Cargill a Bunge havia comprado a empresa. No meio rural, os integrados também foram pegos desprevenidos, mas não acreditam em mudança no manejo.
– Para nós não deve mudar muita coisa – disse Augusto Filippi, que há 14 anos trabalha com a agroindústria.
– Já mudou de dono três vezes e foi como trocar seis por meia dúzia – comparou Filippi. Ele tem 420 suínos na engorda e espera preço melhor.
O suinocultor Osmar Cimek, de Arvoredo, também vai trocar a placa indicativa de sua propriedade pela terceira vez. Mas está otimista.
– Temos que pensar que sempre será melhor – afirmou.
Ele acredita que o comando voltando para uma empresa nacional é benéfico, pois conhece melhor a realidade brasileira. Ele tem 450 suínos na engorda que tem com destino o Japão. E acredita que os novos donos vão continuar investindo para aumentar as vendas.
(Por Darci Debona, Diário Catarinense, 16/09/2009)