Sete advogados do Rio Grande do Sul ingressaram com ação para que a Procuradoria Geral Eleitoral processe a senadora Marina Silva (PV-AC), que saiu do PT no dia 30 de agosto, por infidelidade partidária. Pelo entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, o mandato pertence ao partido. Como o PT já manifestou que não tem o interesse de pedir à Justiça o mandato da acriana, o grupo de advogados quer que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, proponha ação contra Marina no TSE.
"Pouco importa o resultado final, se o mandato dela será ou não cassado", disse Joel Cândido, um dos signatários da ação. "Queremos apenas que seja observada a legalidade. O PT tem o direito de não pedir o mandato, por conveniência, mas o Ministério Público, não", disse.
Os advogados que assinam o pedido já defenderam políticos do PSDB e do PMDB. Um deles, Carlos Itiberê Gomes de Oliveira, atuou na campanha da governadora Yeda Crusius (PSDB) em 2006. "Em comum temos o fato de sermos advogados eleitoralistas gaúchos e entendermos que a fidelidade deve valer para famosos ou obscuros", disse Cândido.
"Custa a crer que seja apenas um grupo de advogados. Levamos em consideração a possibilidade de estarem a serviço de algum interesse partidário", diz Alfredo Sirkis, da executiva do PV. Procurada pela Folha, a senadora Marina Silva não quis se manifestar.
(Por Graciliano Rocha, Folha de S. Paulo, 16/09/2009)