Servidores perceberam vandalismo e sumiço de equipamentos no prédio depois da saída do MST
Ao desocupar o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no início da tarde desta terça-feira (15/09), na Capital, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixaram um saldo de destruição. Oito dias de invasão terminaram com sujeira espalhada por corredores e salas, portas arrombadas e sumiço de equipamentos.
Logo após a saída pacífica do contingente dos 450 sem-terra, que tinham plano de retornar a acampamentos espalhados pelo Estado, peritos da Polícia Federal deram início a uma vistoria de três horas no prédio de oito andares, onde também funcionam outros órgãos do governo federal, como a superintendência regional do Ministério da Agricultura.
Em todos os andares, há salas reviradas. Em alguns setores, móveis foram empilhados para abrir espaço para colchões e estoques de mantimentos. Nas paredes, a sigla do MST foi escrita diversas vezes.
– Está tudo arrombado, depredado. Sumiram notebooks, filmadoras e aparelhos de GPS, equipamentos de última geração. A sensação é a mesma de chegar em casa depois que ladrões passaram e vasculharam tudo. Vasculharam gavetas e armários e levaram o que tinha de maior valor e menor peso – resumiu Francisco Signor, superintendente federal do Ministério da Agricultura no Estado.
Devido à situação do prédio, o expediente das repartições será interno até sexta-feira, com previsão de retorno do atendimento ao público na segunda-feira.
– Ainda não temos noção do prejuízo material, mas os maiores prejudicados são os assentados da reforma agrária, as pessoas que aguardam terra porque cancelamos licitações e suspendemos processos de liberação de crédito devido à ocupação – avaliou o superintendente do Incra no Estado, Mozar Dietrich.
Não é a primeira vez que os sem-terra causam destruição no Incra. Relatório do Ministério da Agricultura apontou que, em invasão de 2008, os manifestantes arrombaram salas, danificaram elevadores e sumiram com materiais. Simpático ao MST desde a década de 80, Dietrich chegou a dizer, na época, que os sem-terra “passaram absolutamente dos limites”.
(Por Maicon Bock / Zero Hora / 16/09/2009)