Os 450 integrantes que estão no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Capital, desde a semana passada, devem deixar o local nesta terça-feira (15/09). O prazo da Justiça Federal para a desocupação do prédio expirou às 15h de domingo, mas às 15h20min de ontem, o superintendente da Polícia Federal/RS, Ildo Gasparetto, esteve no estacionamento do imóvel acompanhado do oficial de Justiça e outros dois delegados federais para negociar uma saída pacífica.
No final da tarde, os líderes do MST decidiram, após uma reunião de duas horas e meia com as famílias, a esperar até o meio-dia de hoje para uma definição. 'Até este horário vamos aguardar um contato do Incra para negociar nossa pauta, que temos a expectativa de ser atendida', afirmou um dos líderes do movimento, Antônio Almeida.
Porém, enquanto ele apresentava a deliberação do MST, a movimentação era de desmontar acampamento. Os sem-terra começaram a recolher cadeiras, lonas e utensílios de cozinha. O Incra reforçou que, segundo nota divulgada na sexta-feira, não negociará com os integrantes do MST, enquanto eles não deixarem o prédio. Gasparetto reforçou que a Polícia Federal cumprirá a ordem de reintegração.
O MST reivindica o assentamento de 2 mil famílias que vivem em acampamentos em Alegrete, Canguçu, Charqueadas, Júlio de Castilhos, São Gabriel, São Luiz Gonzaga e Sarandi. Pede a revisão dos índices de produtividade e a desapropriação da Fazenda Antoniazzi, em São Gabriel, também invadida na semana passada por 350 integrantes do movimento. Almeida disse temer que os sem-terra na Antoniazzi sejam vítimas de 'mais violência policial'. O prazo para desocupação da área termina meia-noite de quarta-feira.
(Correio do Povo, 15/09/2009)