A Anglo American estuda ampliar a capacidade de produção do projeto Minas-Rio, comprado em 2005 do braço de mineração do grupo do empresário Eike Batista. Segundo o presidente da Anglo Ferrous Brazil, Stephan Weber, a ideia é chegar a 80 milhões de toneladas em 2015. Originalmente, o projeto foi desenhado para produzir 26,5 milhões de toneladas a partir de 2012.
"Vai depender muito de como o mercado vai se comportar ao longo dos próximos três anos", afirmou Weber, que participou hoje de um encontro promovido pela Câmara Britânica. O executivo está confiante na recuperação do setor, que sofreu com a forte queda na demanda por insumos básicos após o agravamento da crise internacional no final do ano passado. Weber acredita que a demanda deve voltar ao normal em cerca de dois anos.
Orçado em US$ 3,6 bilhões, o projeto Minas-Rio engloba uma mina, um porto e um mineroduto ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro. "Ainda está cedo para falar em investimentos porque não fizemos um estudo detalhado. O que sabemos hoje é que temos recursos minerais. Temos minério de ferro suficiente para chegar a 80 milhões de toneladas e trabalhar por 50 anos sem problema nenhum", disse.
O executivo ressaltou a qualidade do insumo que será produzido no complexo Minas-Rio. Segundo ele, esse diferencial em relação aos concorrentes australianos levou o grupo a não alterar o cronograma de seus projetos na América do Sul. Atualmente, os três grandes empreendimentos da companhia ficam na região. Além do complexo Minas-Rio, a Anglo tem ainda outro projeto no Brasil, o Amapá, e um no Chile, o Los Bronzes."Os projetos da América do Sul serão a metade do faturamento da Anglo quando entrarem em operação", disse.
O presidente revelou que a principal dificuldade do projeto é o mineroduto, que atravessa 32 municípios. Para obter licenças de operação, a companhia precisa obter dos 1,2 mil proprietários de terra no trajeto do mineroduto aval para a construção no subsolo. Até hoje, conta, a Anglo já consegui aprovação de cerca de 60% dos proprietários no Rio de Janeiro e apenas 20% em Minas Gerais.
Weber informou ainda que o projeto Amapá está orçado em US$ 1,5 bilhão e já tem capacidade para produzir 3 milhões de toneladas. A ideia é ampliar essa capacidade para 4,5 milhões no final de 2010 e para 6,5 milhões até 2013.
(Por Mônica Ciarelli, Agência Estado, 10/09/2009)