O Irã e as grandes potências mundiais voltarão a se encontrar no dia 1o. de outubro para conversar sobre o novo pacote de propostas iranianas destinadas, segundo Teerã, a "acalmar as preocupações internacionais" sobre seu controvertido programa nuclear.
"Nesta segunda-feira (14/09), em conversa por telefone, o chefe da diplomacia da União Europeia, Javier Solana, e Said Jalili, secretário do Conselho Supremo da Segurança Nacional iraniana, decidiram que os representantes do Irã e do grupo dos seis países envolvidos nas negociações (EUA, França-Grã-Bretanha, Alemanha, Rússia e China) se encontrarão no dia 1 para discutir o pacote iraniano de propostas", anunciou a agência Isna.
A assessoria de Solana em Bruxelas confirmou o encontro, que acontecerá em um lugar ainda indeterminado. Além de Solana e Jalili, o encontro reunirá os representantes das grandes potências que estão negociando há anos o fim das atividades nucleares sensíveis de Teerã. Já na próxima semana, os ministros das Relações Exteriores dos seis países manterão uma reunião sobre o assunto em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU.
"A República Islâmica do Irã está disposta a participar com seriedade das negociações de outubro para seguir o caminho da cooperação", declarou Said Jalili durante sua conversa telefônica com Solana, segundo o site da TV estatal.
Este encontro constitui "um primeiro passo importante", reagiu o secretário americano da Energia, Steven Chu, no primeiro dia da Assembleia Geral anual da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) em Viena. "Espero sinceramente a instalação de um bom contexto de diálogo com o Irã", declarou, por sua vez, o novo diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano, cuja nomeação foi aprovada oficialmente nesta segunda-feira e que sucederá a Mohamed ElBaradei no dia 1 de dezembro.
Entretanto, o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Hassan Ghashghavi, avisou que seu país não pretende abrir mão de seus "direitos nucleares inegáveis". "Como puderam constatar, um dos objetivos do pacote de propostas é acalmar as preocupações em relação à questão nuclear, concentrando-se no desarmamento mundial e instaurando um slogan segundo o qual a energia nuclear é para todos e a bomba atômica para ninguém", comentou.
Em seu pacote de propostas, o Irã sugere a definição de "um quadro internacional impedindo a busca, a produção, a detenção e a multiplicação das armas nucleares, e favorecendo a destruição das armas nucelares existentes".
O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, considerou que o pacote iraniano "merece reflexão". Já o departamento de Estado americano disse querer testar a realidade do desejo de diálogo anunciado pelo Irã e estimou que o documento não inclui avanços concretos.
(AFP / UOL, 14/09/2009)