Os povos que vivem no Cerrado se preocupam com a proposta de legislação que substitua o atual Código Florestal porque temem que as mudanças resultem em mais desmatamento na área ocupada pelo bioma e também na Amazônia. Essa é uma das discussões que seguem debate no 6º Encontro Nacional dos Povos do Cerrado, evento que se realiza até domingo (13/09), no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília.
Segundo a coordenadora do evento, Marilene Souza, outros temas ligados à preservação do Cerrado estão em discussão nas oficinas, entre os quais a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o reconhecimento da Caatinga e do Cerrado como patrimônios nacionais e políticas públicas para o Cerrado.
Tramitam no Congresso Nacional diversas propostas de legislação florestal e ambiental. De acordo com Marilene, os povos que vivem no Cerrado temem mudanças no código que tenham impacto negativo na política ambiental. “O Código Florestal envolve todos os biomas brasileiros, mas nosso temor é de que as mudanças que possam surgir impactem negativamente na política ambiental”, afirmou.
Ela disse, ainda, que as discussões realizadas nas oficinas vão resultar em uma carta com propostas para o Cerrado. O documento será entregue à imprensa, ao Congresso Nacional e a órgãos como o Ministério do Meio Ambiente. Além das oficinas, há também a feira com produtos do Cerrado. Até amanhã, haverá apresentação de danças. Participam do encontro índios e quilombolas das regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, do Tocantins e de Goiás.
(Por Roberta Lopes, com edição de Lana Cristina, Agência Brasil, 12/09/2009)