Setor alega não usar medicamento. Preocupação é com imagem externa
Em época de dificuldades na negociação de preço internacional, representantes dos setores de carnes de frango e suínos querem evitar qualquer problema que interfira na imagem externa do produto brasileiro. Em encontro em Brasília, os presidentes da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, e da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, solicitaram ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que articule a retirada do projeto 374/2009, do senador Tião Viana.
O texto proíbe o uso não terapêutico de antibióticos em animais e atribui à Anvisa a competência para determinar os princípios ativos e registrar produtos que os contenham.
Os executivos argumentam que o projeto se sobrepõe ao conjunto de leis regulamentado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) ao qual o setor está submetido. Recentemente, os segmentos enviaram nota técnica ao senador em que argumentam que os produtores de proteína animal são os maiores interessados em fornecer alimentos seguros para os consumidores, haja vista a posição do Brasil de maior exportador mundial de carnes. 'A repercussão é péssima. Isso passa a ideia que usamos esses produtos, mas não usamos', diz Turra. A nota também é assinada por UBA, Sindan e Sindirações.
Os executivos também pediram apoio ao ministro para que o governo brasileiro aproveite as boas relações comerciais com a França para ampliar cotas de exportação de carnes de aves para a União Europeia e abertura de mercado para suínos. O volume embarcado com imposto reduzido é de 340 mil toneladas de frango cozido e salgado ao ano.
Os próximos alvos são Coreia do Sul e Japão. A partir desta segunda (14/09), representantes do Mapa se reúnem com autoridades e importadores para verificar o andamento da análise de risco para o produto brasileiro.
(Correio do Povo, 14/09/2009)