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extração mineral fontes alternativas tecnologia eólica
2009-09-14

A China deverá endurecer seu controle do mercado de alguns dos minérios mais obscuros e valiosos do mundo. Atualmente o país responde por 93% da produção dos chamados elementos de terras raras e por mais de 99% da produção de dois desses elementos, vitais para uma ampla gama de tecnologias de energia verde e para aplicações militares, como mísseis. Deng Xiaoping certa vez observou que o Oriente Médio tinha petróleo, mas a China tinha elementos de terras raras. Assim como a Opep fez com o petróleo, a China hoje começa a exercer seu poder.

Endurecer os limites para a produção e exportação dos minérios, parte de um plano do Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação, garantiria que a China pudesse suprir suas próprias necessidades tecnológicas e econômicas, enquanto forçaria mais fabricantes a produzir seus equipamentos no país para ter acesso aos minérios.

Em cada 1 dos últimos 3 anos, a China reduziu a quantidade de terras raras que pode ser exportada. Para aliviar as tensões, no dia 3, autoridades chinesas disseram a governos ocidentais e empresas multinacionais que não proibiriam totalmente a exportação de disprósio e térbio, usados em indústrias de alta tecnologia.

Mas o Ministério da Indústria chinês esboçou um plano de seis anos para a produção de terras raras e o apresentou ao Conselho de Estado, equivalente a um gabinete ministerial, segundo quatro autoridades da indústria de mineração que discutiram o plano com as autoridades chinesas. Alguns detalhes do plano, muitas vezes contraditórios, vazaram, mas parecem sugerir restrições mais rígidas às exportações e limites estritos sobre minas ambientalmente nocivas.

Alguns dos minérios cruciais para as tecnologias verdes são extraídos na China usando métodos que causam sérios danos ao meio ambiente. A China domina a produção global de terras raras em parte porque até hoje se dispôs a tolerar a mineração altamente poluidora e de baixo custo. Até recentemente, parecia que o controle da China sobre a produção de terras raras poderia enfraquecer nos próximos três anos —duas minas australianas estão abrindo, com produção combinada equivalente a 25% da produção global.

Mas as companhias que exploram essas minas —Lynas Corporation e uma rival menor, Arafura Resources— perderam o financiamento no semestre passado, por causa da crise econômica. Os compradores abandonaram a planejada emissão de títulos da Lynas e a oferta pública inicial da Arafura.

Então, recentemente, as companhias de mineração de propriedade total do governo chinês vieram com o dinheiro necessário para terminar a construção das minas e fábricas de processamento de minério das duas empresas. As companhias chinesas chegaram a acordos para comprar 51,7% da Lynas e 25% da Arafura. O acordo da Arafura já foi aprovado pelos reguladores australianos e está sujeito à aprovação final de acionistas nesta quinta-feira.

Expectativas sobre maiores restrições chinesas causaram o aumento, nas últimas semanas, do preço das ações das poucas produtoras não chinesas que são negociadas em Bolsa. Além das duas minas australianas, a Avalon Rare Metals, de Toronto, está tentando abrir uma mina no noroeste da Austrália, e a Molycorp Minerals pretende reabrir uma mina em Mountain Pass, Califórnia.

Uma única mina em Baotou, na Mongólia Interior da China, produz a metade das terras raras do mundo. A maior parte do restante —especialmente alguns dos elementos mais raros e necessários para produtos desde turbinas de vento aos carros Prius— vêm de minas pequenas muitas vezes sem licença no sul da China. A China produz mais de 99% do disprósio e do térbio e 95% do neodímio. Estes são vitais para muitas tecnologias de energia verdes, incluindo ímãs leves usados em turbinas eólicas, assim como em aplicações militares.

A General Motors e a Força Aérea dos EUA tiveram papel importante no desenvolvimento dos ímãs de terras raras. Estes ainda são usados nos motores elétricos que controlam as aletas de orientação nas laterais dos mísseis, disse Jack Lifton, químico que ajudou a desenvolver os primeiros ímãs.

Mas, hoje, a demanda está crescendo por causa das turbinas eólicas e dos veículos híbridos. O motor elétrico de um Prius exige 1 a 2 quilos de neodímio, disse Dudley Kings-­North, consultor em Perth, Austrália, cujas compilações sobre mineração e comércio de terras raras são a referência da indústria.

Lifton disse que a direção da Toyota manifestou preocupação sobre a disponibilidade dos minérios. A China fabrica cada vez mais motores elétricos de alto desempenho, e não apenas os ímãs. “As pessoas que fazem esses produtos fora da China têm enorme desvantagem, e é por isso que cada vez mais fábricas estão se mudando ao país”, disse Kings-North.

(Por Keith Bradsher, The New York Times / Folha de S. Paulo, 14/09/2009)


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