O Centro de Formação e Produção de Alimentos e Bionergia foi concebido a partir de uma análise envolvendo desde a redução do uso de combustíveis fósseis em nível mundial até a procura por novas alternativas de renda diante de ações envolvendo a diversificação do meio rural. Com isso, segundo o presidente da Cooperfumos, Gilberto Tuthenhagen, passaram a ser avaliadas ações que focassem sobretudo as famílias de pequenos agricultores.
“Era necessário encontrar outra alternativa energética. Como o consumo de energia petroquímica segue em alta e as fontes estão cada vez menores, mesmo com a descoberta do pré-sal, procuramos estimular as fontes renováveis”, explica. “O MPA debateu e concluiu que não poderia ficar de fora, e como existe a necessidade de biodiesel no mercado procuramos desenvolver a produção consorciada.” O que foi apresentado nesse sábado representa apenas uma parcela do projeto mais abrangente, mas demonstra que o foco da usina não é apenas industrial, mas também sustentável.
À medida que forem cultivadas as oleaginosas para extração de sementes vão ser produzidos alimentos. O que for colhido na área localizada em Santa Cruz servirá para alimentar os participantes dos cursos oferecidos aos associados da Cooperfumos. No local, além das verduras e legumes, existe um açude como reserva de água onde são criados peixes.
Na produção de energia o foco sustentável é apontado em todas as etapas. Além de extrair o óleo vegetal, as plantas que servem de matéria-prima resultam em subprodutos que podem ser usados como adubo ou alimentação animal. Na unidade produtora de óleo também pode ser usado o azeite de fritura para transformação em biodiesel. De todo esse processo ainda resulta a glicerina, que é transformada em sabão.
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 14/09/2009)