Apenas um em cada três doentes com gripe A confirmada laboratorialmente em Portugal está recebendo antiviral Tamiflu, medicamento que é administrado gratuitamente e provém da reserva estratégica do Estado, revelou à Agência Lusa o diretor-geral da Saúde. De acordo com Francisco George, este remédio apenas é prescrito em "determinadas condições" e sempre que o médico opte por essa administração.
O especialista em saúde pública adiantou que a eficiência do medicamento está hoje mais evidente cientificamente do que antes da pandemia do vírus H1N1. "Há hoje resultados mais positivos dos que tínhamos no início", disse. Francisco George adiantou que a reserva estratégica de Tamiflu já começou a ser utilizada e é dali que provêm os antivirais que são administrados através do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Também os medicamentos administrados como medida profilática aos contatos próximos dos doentes são provenientes da reserva. A reserva portuguesa de Tamiflu conta com 2,5 milhões de tratamentos, que custaram 25 milhões de euros. Além desta reserva, o medicamento também se encontra à venda em farmácias, mas Francisco George reiterou que os usuários não devem recorrerem à automedicação e devem respeitar a decisão dos médicos.
Francisco George explicou que, atualmente, a confirmação laboratorial da gripe A só é feita em alguns casos. "As análises de confirmação são feitas numa rede de oito laboratórios, coordenada pelo INSA, apenas a doentes com critérios de internamento, em crianças com menos de um ano de idade, a grávidas e a grupos de maior risco, como doentes crônicos", frisou.
Por essa razão, a contabilidade dos casos de gripe refere-se agora a "sintomas gripais", sendo que, entre 31 de agosto e 6 de setembro, foram diagnosticados 2390 casos novos em Portugal. Francisco George frisou que, neste momento, não há outras estirpes de gripe circulando com igual intensidade, além de que "a estirpe gripal é extremamente rara no verão".
(Por Sandra Moutinho, Agência Lusa, UOL, 13/09/2009)