O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou que o país desenvolve um projeto nuclear civil com apoio da Rússia, nação que concedeu ao Governo venezuelano um crédito de US$ 2,2 bilhões para a compra de armamento. "O Governo russo aprovou um financiamento de US$ 2,2 bilhões para as despesas com armamento. Graças ao apoio do presidente russo (Dimitri Medvedev) e do primeiro-ministro (Vladimir Putin), foi possível comprar armamento para aumentar nossa capacidade de defesa", disse Chávez em seu programa "Alô Presidente".
Nos últimos anos, a Venezuela comprou equipamento militar russo, como 24 caças-bombardeiros Sukhoi-30, 50 helicópteros MI-17, M-26 e M-35 e 100 mil fuzis AK, tudo isso por mais de US$ 3 bilhões, segundo fontes russas. Segundo o governante venezuelano, o novo arsenal inclui 92 tanques T-72 e "um poderoso sistema antiaéreo" com um número não revelado de foguetes "reativos".
"Já assinamos o contrato para estes aparatos", disse Chávez, ao mostrar fotografias do chamado "sistema reativo de 300 milímetros 'Smerch', com um alcance de até 90 quilômetros". "A Venezuela não tem planos de invadir ou agredir ninguém, mas eventuais agressores devem saber que em breve começaremos a montar estes foguetes com seus respectivos radares", declarou o presidente.
"Não temos nada escondido", destacou Chávez, que já havia anunciado que faria tais aquisições há meses. No dia 5 de agosto, o chefe de Estado venezuelano disse que "não gostaria de gastar um centavo em armas", mas os Estados Unidos o obrigam a fazê-lo. Sobre seu projeto de desenvolvimento da energia nuclear, Chávez previu hoje que será acusado de querer chegar à bomba atômica, mas o presidente disse que a iniciativa obedece ao acordo que Medvedev assinou em uma visita à Venezuela em novembro de 2008: um convênio geral para a cooperação do uso da energia nuclear com fins pacíficos.
(EFE, G1, 12/09/2009)