Fenômeno climático faz com que chuva dos primeiros 11 dias de setembro alcance média do mês e ameace cidades gaúchas Oteste de paciência dos gaúchos em relação à chuva e ao excesso de umidade deve seguir pelo menos até este domingo. Segundo a Central de Meteorologia, a chuva permanece até domingo, quandoo sol retorna ao Estado por poucos dias. O clima úmido domina o Rio Grande do Sul desde o início da semana e se mantém durante todo o sábado. Amanhã, uma massa de ar seco proveniente do Uruguai começa a invadir o Brasil e dissipar a nebulosidade. A previsão é qde ue os dias secos perdurem até quarta-feira. Na quinta e na sexta-feira, o clima úmido retorna. O vaivém das chuvas é resultado da presença do velho conhecido El Niño. O fenômeno é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, próximo à costa do Chile, que traz consequências climáticas para outras regiões do continente. Com a temperatura mais alta no oceano, aumenta também a quantidade do volume de água evaporada. Esse vapor forma densas nuvens que viajam até o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná. Para piorar a situação, a massa de ar úmido é bloqueada por fortes ventos atmosféricos em São Paulo (também consequência do El Niño) e fica estacionada no Sul. O cenário deixa a primavera ainda mais chuvosa que o normal. Nos primeiros 11 dias de setembro, já choveu 87% da média em Porto Alegre para o mês. Em Santa Maria, o índice é de 138%. – O fenômeno pode seguir influenciando o clima ou perder força – explica a meteorologista Estael Sias. A chuva está atrapalhando o dia a dia dos gaúchos. Nos dias onde até riscar um fósforo demanda uma boa dose de paciência, deixar roupa no varal é algo impensável. Basta conferir os balcões das lavanderias. Em um ponto comercial, no Centro, o movimento aumentou em 30% nos últimos dias. Muitos clientes nem mesmo deixam as peças para serem lavadas. O que importa agora é secá-las. – Tem gente que traz a roupa úmida ou molhada para secarmos na máquina. Mas nas épocas de chuva do ano passado o movimento era maior. Deve ser a crise, ou então o pessoal resolveu comprar suas próprias máquinas – diz a gerente da loja, Edilene da Silva Antunes. (Por DANIEL CARDOSO, Zero Hora, 12/09/2009)