A expedição Kaisei, que embarcou no início de agosto para estudar a poluição no Giro do Pacífico Norte, concluiu que a situação é muito pior do que se pensava. A equipe de 25 pessoas retirou amostras da superfície entre as Ilhas Farallon, próximas a São Francisco (Estados Unidos), e a mancha de plástico há mil milhas a oeste da Califórnia, no Oceano Pacífico.
“Cada uma das amostras continha plástico”, ressaltou o co-fundador do projeto Doug Woodring, reportou o San Francisco Bay Guardian. Os resíduos acabam concentrados, devido a correntes oceânicas circulares, em uma zona de ‘convergência’ de centenas de quilômetros a cerca das Ilhas Havaianas, meio caminho entre o Japão e a Costa Oeste dos Estados Unidos.
A equipe descobriu durante a expedição que minúsculas águas-vivas, que servem de alimento para peixes, comem pedaços de plástico. No final desta cadeia, o homem que come o peixe também acaba ingerindo as toxinas contidas no plástico, relatou o pesquisador do projeto Andrea Neal ao Mercury News.
O Kaisei foi criado pelo Instituto de Viagens Oceânicas, uma organização sem fins lucrativos norte-americana fundada em 1979, em parceria com o Instituto Scripps de Oceanografia. Uma segunda embarcação, a New Horizon, foi enviada para coletar mais amostras e os cientistas do Scripps ainda devem levar mais seis meses para conduzir as análises de laboratório.
“Da próxima vez que pegarmos uma sacola de plástico e jogarmos garrafas, brinquedos e embalagens de plástico no lixo, pensaremos duas vezes? Eu gosto do slogan: reduza, re-utilize, recicle”, disse John Azzaro no blog do Projeto Kaisei. Um copo de polyestireno leva cerca de 500 anos para se decompor em pequenos pedaços e sacolas plásticas mais resistentes levam ainda mais tempo.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, com informações de agências internacionais, 10/09/2009)