Uma importante autoridade iraniana sugeriu nesta quinta-feira (10/09) que qualquer negociação com as potências ocidentais não deve incluir o polêmico programa nuclear de Teerã, que o Ocidente afirma ter como objetivo a fabricação de um arsenal atômico.
Ali Asghar Soltanieh, enviado do Irã à agência de fiscalização nuclear a ONU, deu essa declaração à TV estatal Al Alam após o governo iraniano ter entregue na quarta-feira um pacote de propostas a seis potências mundiais, de acordo com o site da emissora.
Soltanieh fez comentários similares na semana passada, antes que as propostas fossem entregues aos países envolvidos nos esforços diplomáticos para resolver a questão nuclear iraniana.
Segundo a Al Alam, ele disse que o Irã preparou o pacote de propostas para tentar encerrar diferenças sobre seu programa nuclear, mas praticamente descartou qualquer tipo de negociação.
"O governo está preparado para ter conversar justas e substanciais sobre vários problemas, incluindo a garantia ao acesso de todos os países à energia nuclear e impedir a proliferação das armas nucleares", disse ele.
"Mas essas conversas não incluem o programa nuclear iraniano e as atividades legais relacionada a ele", acrescentou Soltanieh.
O ministro das Relações Exteriores de Teerã, Manouchehr Mottaki, disse na quarta-feira que as propostas do Irã abordavam "vários temas globais" e representavam uma "nova oportunidade para negociações e cooperações".
O Irã, quinto maior exportador de petróleo do mundo, afirma que seu programa nuclear tem como objetivo gerar eletricidade e rejeitou várias vezes os apelos internacionais para interromper o enriquecimento de urânio, que pode ter fins civis e militares.
(Reportagem de Hashem Kalantari, Reuters, UOL, 10/09/2009)