Para reduzir a poluição do ar, que ultrapassa os padrões aceitáveis em algumas áreas do Rio de Janeiro, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) prepara uma série de medidas. A mais extrema, ainda em estudo, pretende estabelecer um rodízio entre as indústrias, entre elas a Reduc (Refinaria Duque de Caxias), subsidiária da Petrobras e responsável por parcela considerável da poluição da região.
"Uma possibilidade é fazer o rodízio de desligamento de equipamentos geradores de emissão, nos momentos em que o sistema acuse a violação de padrão", explicou o presidente o presidente do Inea, Luiz Firmino Martins. Outra solução, em estudo no órgão estadual, é a compra de créditos de emissão de uma indústria por outra.
Medidas da refinaria
A Petrobrás, no entanto, diz que já "implantou medidas para redução das emissões de poluentes atmosféricos", como o Programa de Detecção e Reparo de Vazamentos de Hidrocarbonetos, que contribui para reduzir a formação do ozônio.
Também informa ter investido, entre 2005 e 2009, R$ 650 milhões em projetos de adequação ambiental na Reduc. "Foram realizados 33 projetos voltados para redução de emissões atmosféricas, tratamento de efluentes hídricos e de resíduos", o que teria resultado em redução de 59% das emissões de hidrocarbonetos e 30% das emissões de óxidos de enxofre, em relação aos níveis de 2004.
Duque de Caxias
Desde 2004, a poluição atmosférica em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, atinge picos que superam em 150 vezes o limite, o que pode provocar inúmeros problemas na população como tosse, agravamento da asma, bronquite, doenças do coração, irritação das mucosas e prejuízo aos pulmões. De acordo com o Inea, os responsáveis pelas emissões, no local, são os carros, devido à proximidade com importantes corredores viários (Rodovia Presidente Dutra, Washington Luís, Linha Vermelha e Avenida Brasil) e a concentração de indústrias de refino de petróleo, que preparam até um plano para melhorar a qualidade do ar.
Embora o problema seja grave em Duque de Caxias, onde metade das crianças atendidas no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes apresentam problemas respiratórios, Martins destaca que o governo está atento às emissões, com medições constantes, e afirma que não há motivo para alarde.
"A violação de padrões não é constante, está restrita a determinadas situações e horários, sobretudo, a questões atmosféricas", garantiu o presidente do órgão estadual. "A população deve confiar no trabalho do Inea. Ao verificar essa situação, trabalhamos para diminuir o problema."
Como os carros no estado do Rio são responsáveis por parcela significativa das emissões, Firmino anuncia para 2010, em parceria com o Detran, o início da inspeção de gases nos veículos, com possibilidade de reprovação. Ou seja, caso ultrapassem os limites, os carros não terão licença para circular. A medição já é obrigatória para táxis, vans e ônibus. O órgão ambiental informa que não autoriza mais a instalação de determinadas indústrias em áreas com alto nível de poluição. E para acompanhar de perto os picos de emissão, instala um centro de controle que dispara avisos às autoridades e instituições.
(Agência Brasil / Folha Online, 09/09/2009)