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serra pelada extração mineral
2009-09-11

Pesquisas indicam que garimpo ainda guarda R$ 3 bi em metais preciosos. Relatório entregue nesta quarta (09/09) deu início ao trâmite burocrático da concessão de lavra; expectativa é que produção comece em 2011

Começou ontem o processo oficial de reabertura de Serra Pelada, considerado o maior garimpo a céu aberto do mundo na década de 1980 e que ainda guarda quase R$ 3 bilhões em metais em seu subsolo. A Coomigasp (Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada) entregou ontem ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em Belém (PA) relatório parcial das pesquisas feitas nos últimos anos, que identificou ao menos 50 toneladas de ouro, platina e paládio restantes.

Com isso, deu início ao trâmite burocrático da concessão de lavra dos cem hectares onde fica a cava, cratera com mais de 180 metros de profundidade da qual, entre 1980 e 1983, dezenas de milhares de garimpeiros vindos de todo o país tiraram cerca de 30 toneladas de ouro. Os resultados entregues ontem mostram apenas parte do total, disse Gessé Simão, presidente da cooperativa. "É uma pequena parcela", afirmou.

Ainda assim, esse relatório parcial já supera antigas aferições da mineradora Vale, empresa que cedeu os direitos da cava à Coomigasp em 2007, quando a cooperativa já era reconhecida pelo governo federal como a legítima representante dos garimpeiros. Elas indicavam cerca de nove toneladas de metal -ou seja, menos de 1/5 do que foi identificado agora.

Cenas diferentes
Quando recomeçar, o trabalho na mina não deve repetir as cenas que rodaram o mundo há mais de vinte anos nem gerar um inchaço de Serra Pelada, hoje um distrito de Curionópolis, no sudeste do Pará. Com a perfuração descontrolada, a cava foi alagada e se tornou um lago. Assim, não é mais possível praticar a antiga exploração manual, em que os homens buscavam as pepitas na terra retirada de barrancos.

Agora, a retirada será subterrânea e feita com o maquinário da SPCDM (Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral), associação entre a Coomigasp e a canadense Colossus Minerals Inc. criada para viabilizar a exploração -que terá investimentos de US$ 100 milhões (R$ 182,4 milhões) e deve durar ao menos oito anos.

Heleno Costa, vice-presidente da Colossus, disse que espera conseguir até março do ano que vem a concessão de lavra. Se tudo correr conforme ele espera, em meados de 2011 a jazida um dia chamada de "formigueiro humano" poderá produzir normalmente. Mas tudo isso depende de o DNPM aprovar os resultados obtidos nas pesquisas e de o governo paraense dar a licença de instalação da mina. Os garimpeiros dizem ter o apoio político do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e da governadora Ana Júlia Carepa (PT).

Acordo
A parceria com a Colossus substituiu a anterior, de 2004, firmada com a empresa norte-americana Phoenix Gems -que, de acordo com a Coomigasp, não honrou os compromissos financeiros do contrato. A reportagem não conseguiu localizar ontem nenhum representante da Phoenix. Segundo acordado em assembleia, a mineradora canadense ficará com 51% dos lucros, e a cooperativa com 49% (que devem ser distribuídos aos seus 45 mil sócios).

Mas, de acordo com o Singasp (Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada), uma das associações de garimpeiros que contesta a legitimidade da Coomigasp, o contrato assinado prevê descontar dessa porcentagem os investimentos feitos pela Colossus. Ao final, disse Raimundo Benigno, presidente do sindicato, sobrará aos garimpeiros menos de um décimo do lucro obtido. Em resposta, a cooperativa afirma que essas cláusulas já foram renegociadas, e nega que os associados se prejudicarão.

(Por João Carlos Magalhães, Folha de S. Paulo, 10/09/2009)


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