Associações que lutam por um Brasil ecológico reivindicam a imediata suspensão do cultivo e comercialização do milho transgênico e que os convênios do Ministério do Desenvolvimento Agrário com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sejam voltados exclusivamente para a agricultura familiar agroecológica.
“As respostas às crises dos alimentos, do clima, energética e financeira não serão dadas pela via do mercado, mas sim pela construção de um novo paradigma em que o uso racional dos recursos naturais passa a ter centralidade no futuro da civilização”, diz a Carta Política divulgada pelas associações.
Representantes de 80 organizações de agricultores, movimentos sociais, organizações não-governamentais e entidades de defesa dos consumidores reuniram-se, dias 25 e 26 de agosto, em Curitiba, para debater o impacto das culturas transgênicas sobre a biodiversidade e a saúde pública. A agricultura camponesa de base ecológica é que tem condições de dar respostas consistentes e sustentáveis aos dilemas civilizatórios.
O encontro de Curitiba denunciou “o modelo falido da agricultura transgênica” que, além de emitir gases de efeito estufa, aumenta os custos de produção e torna agricultores dependentes de transnacionais como a Monsanto, Syngenta, Bayer, Dow e Du Pont.
A carta denuncia o Ministério da Agricultura por não fiscalizar as lavouras transgênicas, e a Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBio), que vem a ser um dos principais órgãos encarregados de cuidar da biossegurança da população, pela “aprovação irresponsável e açodada de invenções das transnacionais de biotecnologia.”
Os representantes das associações reunidas em Curitiba, entre elas a Cáritas, a Comissão Pastoral da Terra, Diaconia, Greenpeace Brasil e Amigos de la Tierra, do Uruguai, adotaram o 21 de outubro como Dia de Luta pela vida e contra os transgênicos.
(Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação - ALC/EcoAgência, 09/09/2009)