(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
cvrd grupo ebx/eike batista bancos
2009-09-10

Proposta, estimada em cerca de R$ 9 bilhões, colocaria o empresário no bloco de controle da mineradora

O Bradesco disse não ao empresário Eike Batista. A proposta de compra da participação acionária que o banco tem na Vale, apresentada por Eike semanas atrás, foi recusada na sexta-feira (04/09). Se fosse bem-sucedida, a operação levaria o empresário ao grupo de controle da mineradora. Contando a oferta aos acionistas minoritários, ele calculava gastar cerca de R$ 9 bilhões. A direção do Bradesco disse a Eike que está satisfeita com o retorno proporcionado pela Vale e que não tem interesse em se desfazer da posição. Procurado, o Bradesco não se manifestou.

Intermediada pelo banqueiro André Esteves, do grupo financeiro BTG, a operação tinha a simpatia do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que acompanha a evolução dos acontecimentos de perto. Trata-se de um apoio importante, em razão da grande influência do governo na Vale - por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), acionistas da mineradora.

Foi por isso que Mantega participou, na terça-feira (08), da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da Vale, Roger Agnelli, e com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Criticado publicamente por Lula após reduzir investimentos e demitir durante a crise, Agnelli foi a Brasília para tentar convencer o presidente de que, apesar dos cortes, a Vale é a empresa privada que hoje mais investe no País. O esforço de persuasão, portanto, estava dirigido também a Mantega.

A aproximação entre Eike e o Bradesco foi feita por André Esteves. Amigo do empresário, Esteves tem acesso a Lázaro Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco. Mas seus principais contatos são ex-executivos do BCN (comprado pelo Bradesco nos anos 90), como os vice-presidentes José Luiz Acar Pedro e Júlio Araújo.

O plano de Eike era comprar a Bradespar, empresa que reúne os ativos não financeiros do Bradesco. É por meio dessa empresa que o banco participa do bloco de controle da Vale, junto com um grupo de fundos de pensão de empresas estatais liderado pela Previ, com o BNDES e com o grupo japonês Mitsui. Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Eike não quis comentar a operação.

"Muita gente acha que o Bradesco é a parte fraca dessa sociedade. Não é", diz um executivo com acesso a todos os envolvidos. "O banco vai estudar todas as propostas que aparecerem, mas não tem interesse em vender a Vale. Esse é um de seus melhores investimentos". O Bradesco avaliou a proposta de Eike, mas parte da diretoria ficou aborrecida com a investida. Ela ocorreu num momento em que Agnelli - que é indicação do Bradesco - e o próprio banco vinham sendo pressionados a investir na construção de usinas siderúrgicas localizadas em Estados governados por aliados do governo, como o Pará e o Espírito Santo.

Para executivos que participam do processo, setores do governo disseminaram a ideia de que Agnelli e o Bradesco seriam obstáculos a uma atuação mais "flexível" da mineradora. A evolução do negócio com Eike seria uma forma de tirar o Bradesco da Vale. Outra ideia cogitada, mas que não evoluiu, foi a criação de um fundo de empresas nacionais para comprar a participação do Bradesco.

No ano passado, segundo pessoas ligadas à mineradora, Eike tentou vender à Vale duas de suas empresas: a MMX (mineradora) e a LLX (logística). As ofertas foram recusadas e o empresário acabou vendendo parte da MMX à multinacional Anglo American. Nos contatos com o governo, o comportamento de Eike foi usado contra ele.

"Eike vendeu a mineradora dele para estrangeiros. A Vale, ao contrário, nacionalizou empresas multinacionais", diz um executivo. "A Ferteco, a Caemi e a Samitri/Samarco eram controladas ou tinham participação estrangeira e foram compradas pela Vale." O Bradesco continua com a Vale. Se essa situação terá vida longa ou não, vai depender muito da reação do presidente Lula ao encontro de terça.

(Por David Friedlander, O Estado de S. Paulo, 10/09/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -