O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) vem por meio desta, prestar solidariedade aos trabalhadores das obras das usinas de Santo Antonio e Jirau, no Rio Madeira (RO), que entraram em greve na manhã desta terça (08/09). As empresas Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez mostraram mais uma vez qual é o tratamento dado aos trabalhadores: baixos salários, condições de transportes inadequadas, falta de segurança, assédio moral no trabalho e opressão da Policia Militar.
O setor elétrico gasta grandes quantidades de dinheiro público (via BNDES) para gerar poucos empregos. Pelo histórico de construção de barragens, nós sabemos que após a construção das obras, os trabalhadores serão demitidos, restando apenas uns poucos especialistas para gerenciar a usina. O mínimo que as empresas devem fazer é tratar bem os funcionários, pagar salários adequados e garantir melhores condições de trabalho, já que esses trabalhadores já estão com os dias de trabalho contados.
As empresas vão faturar mais de R$ 115 bilhões com a venda da energia das duas hidrelétricas, mais R$ 22 bilhões com a transmissão e mais de 130 bilhões com a distribuição. Para o povo, sobrará a conta para pagar e os problemas causados em conseqüência da privatização do Rio Madeira e da construção das hidrelétricas.
Repudiamos toda forma de maus-tratos e injustiças contra os trabalhadores das obras das usinas e reafirmamos nossa luta contra a venda do Rio Madeira e em defesa da Amazônia e das comunidades atingidas.
(MAB, 09/09/2009)