Os países em desenvolvimento precisam ser parte efetiva de qualquer acordo sobre o corte das emissões de carbono no setor marítimo, afirmou nesta quarta-feira (09/09) o secretário-geral da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), Efthimios Mitropoulos. A navegação e a aviação são os únicos setores da indústria não regulamentados pelo Protocolo de Kyoto, que estabelece metas para as emissões de gases-estufa pelos países ricos entre 2008 e 2012.
A navegação é responsável por quase três por cento das emissões globais de dióxido de carbono (CO2) e tem aumentado a pressão para a imposição de cortes no período que antecede uma crucial conferência sobre mudança climática em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro.
Os delegados dos países membros da IMO, que é uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovaram em julho medidas técnicas e operacionais não-compulsórias para reduzir as emissões de gases-estufa das embarcações. Grupos ambientais argumentam que as medidas não foram longe o suficiente por causa da oposição da China e da Índia.
Mitropoulos disse à Reuters que quer envolver todos os países membros. "Nós queremos não apenas os países industrializados, mas também as economias emergentes e os países em desenvolvimento", afirmou ele em uma entrevista. "Precisamos da participação efetiva de todos eles, senão a contribuição para reduzir as emissões de gases-estufa não seria global e não seria tão completa como gostaríamos que fosse", disse ele nos bastidores de uma conferência sobre navegação.
As medidas voluntárias aprovadas incluem um índice de eficiência energética para novos navios a fim de garantir que o design das novas embarcações seja ambientalmente correto, assim como um índice para as embarcações existentes.
(Por Jonathan Saul, Reuters / UOL, 09/09/2009)