Inundações súbitas mataram 31 pessoas no noroeste da Turquia, varrendo a cidade de Istambul, alagando casas, transformando estradas em rios e afogando sete mulheres em um miniônibus que as levava para o trabalho. Vinte e quatro pessoas morreram em Istambul, a maior cidade da Turquia, depois de que dois dias das mais fortes chuvas em 80 anos produziram enchentes que engolfaram áreas baixas. Outras sete pessoas morreram em Saray, a oeste de Istambul, cinco das quais eram da mesma família.
Equipes de resgate, algumas em botes, estendiam pranchas e escadas para ajudar os motoristas presos nas correntezas a alcançar pontes e áreas mais altas. As piores inundações ocorreram no oeste de Istambul, do lado europeu, onde há maiores problemas no sistema de escoamento.
As águas começaram a retroceder no fim desta quarta-feira na Turquia, revelando edifícios arruinados e destroços espalhados pelas ruas, enquanto moradores desesperados começavam a faxina.
O ministro do Interior, Besir Atalay, disse que o saldo de mortos pode aumentar na medida em que as águas diminuírem. Já o primeiro-ministro, Tayyip Erdogan, natural de Istambul, chegou à cidade na noite desta quarta-feira e prometeu socorro emergencial, dizendo que os estragos serão reparados assim que possível. Uma seguradora disse que os danos podem ficar entre 70 e 80 milhões de dólares, segundo uma agência estatal. O ministro de Obras Públicas, Mustafa Demir, que visitou as regiões mais atingidas, disse haver "grande dano na infra-estrutura."
Istambul está situada nos bancos do Estreito de Bósforo, que divide a Europa da Ásia e é uma das vias marítimas mais movimentadas do mundo, uma grande artéria para cargueiros e petroleiros que trafegam entre o Mar Negro e o Mediterrâneo. As autoridades da cidade têm se ocupado mais em seus planos de desastres naturais com os preparativos para terremotos, já que a metrópole se assenta em uma grande falha tectônica. Um terremoto matou 18 mil pessoas no noroeste da Turquia em 1999.
(Por Murad Sezer e Ayla Jean Yackley, Reuters / Estadao.com.br, 09/09/2009)