Podem haver deslizamentos em áreas vulneráveis, como as encostas do Vale do Itajaí
Até novembro haverá chuva acima da média em Santa Catarina, alertam os meteorologistas. Nos próximos dias, ainda há chance de temporais e a chuva será persistente até quinta-feira (10/09). As temperaturas ficam mais baixas. O tempo seguirá instável com risco de temporal, ventos fortes e granizo isolado, mas não com a mesma força da registrada na madrugada desta terça-feira, quando um tornado atingiu Guaraciaba, no Extremo-Oeste, matando quatro pessoas. Em todo o Estado, 45 cidades foram afetadas pelo vendaval.
Para o trimestre, não há estudo concreto que aponte a possibilidade de os desastres se repetirem. Mas há um indicativo de que as áreas vulneráveis, como as encostas do Vale do Itajaí, serão afetadas caso a chuva seja intensa e em dias prolongados. A indicação de chuva acima da média para o trimestre consta no boletim de previsão climática dos principais institutos de meteorologia do país.
São levados em conta uma série de fatores, como o fenômeno El Niño, que mantém as frentes frias no Sul, e o período de transição para a primavera. O problema é que a previsão climática não consegue dimensionar a quantidade de chuva que poderá cair.
— A combinação de fatores é o problema: o calor, a umidade, a frente fria avançando levam aos temporais. Como o trimestre será chuvoso, a chance de deslizamentos são maiores — alerta Francine Gomes, meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Ciram).
A chuva de 2008 começou em setembro. Naquele mês, Witmarsum, no Vale do Itajaí, decretava emergência após tempestade de granizo. O volume de chuva em Santa Catarina foi de 204,6 milímetros na época, acima da média mensal, que é de 110 milímetros a 150 milímetros.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) fará uma reunião no dia 17 de setembro para avaliar a intensidade da chuva e os riscos de novos desastres em SC. Para o diretor da Defesa Civil de Santa Catarina, major Márcio Luiz Alves, o histórico catarinense de desastres traz preocupação. As regiões mais problemáticas, além do Vale, são o Norte, Grande Florianópolis e Sul.
(Por Diogo Vargas, Diario.com.br, 09/09/2009)