Operários das usinas de Santo Antônio e Jirau do rio Madeira paralisaram as atividades nos canteiros de obras nesta terça-feira (08/09), por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam o piso salarial (que varia de R$ 750 a R$ 2 mil de acordo com a função do trabalhador), assistência médica e odontológica, cesta-alimentação, jornada de trabalho, transporte e segurança. Os manifestantes seguiram em passeata pela avenida Sete de Setembro, causando grande congestionado no trânsito durante a manhã.
A paralisação conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero) e Central Única dos Trabalhadores (CUT/RO). O administrador do Sticero, Anderson Machado, informou que na tarde desta terça os grevistas fizeram piquetes nos acessos aos dois canteiros de obras, para impedir que os trabalhadores se dirigissem ao trabalho.
Segundo a Polícia Militar, cerca de cinco mil trabalhadores estiveram no Centro da cidade durante o protesto. Pouco antes das 10 horas os manifestantes se dispersaram e as vias do centro, que estavam inacessíveis desde o início da manhã, foram liberadas. Os operários retornaram para concentração nas entradas dos canteiros de obras e garantiram que não irão permitir a entrada de nenhum trabalhador até que as reivindicações sejam cumpridas. Durante a manifestação os trabalhadores falaram sobre as condições de trabalho nos canteiros de obras e as demais reivindicações da categoria.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Renato Lima, que representa as empresas nas negociações com os operários, informou que a convenção para discutir as reivindicações da categoria deveria ter acontecido em primeiro de maio, porém o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado de Rondônia estava sob intervenção e não havia possibilidade de acordo.
Em agosto, a Justiça nomeou um interventor e as negociações foram retomadas. Lima disse que recebeu uma proposta do Sticcero há poucos dias. O documento pedia reajuste do piso salarial em até 50% entre outras solicitações dos trabalhadores. "Enviamos uma contraproposta onde foi oferecido reajuste salarial de 8% e as demais exigências poderiam ser discutidas e avaliadas em uma negociação entre trabalhadores e empresas com mediação do Sinicom", falou.
Renato Lima afirmou estar surpreso com a greve repentina dos trabalhadores. "Estávamos esperando uma resposta sobre a contraproposta enviada aos operários e continuar a conversa sobre as solicitações da categoria", contou. De acordo com o presidente do Sinicon uma reunião será realizada para deliberar sobre as medidas tomadas sobre o movimento e a legalidade do mesmo.
(Diário da Amazônia / CUT, 09/09/2009)