Sem condições estruturais para realizar a dragagem completa do Arroio Feijó - localizado na zona norte de Porto Alegre -, a Secretaria Estadual de Obras Públicas (SOP) pediu com urgência a parceria da prefeitura para que as obras sejam concluídas ainda este ano. Em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), na manhã desta terça-feira (8/9), o representante do órgão, Osmar Severo, solicitou que o Executivo da capital coopere com a liberação de veículos especiais para que os resíduos coletados do arroio sejam transportados.
“Já começamos a limpar cerca de dois metros de areia do fundo do arroio com a oferta de equipamentos e dragas. Como não dispomos de recursos suficientes, pedimos a ajuda de Porto Alegre para que recolham e conduzam os materiais das margens do Feijó”, explicou ao criticar a postura do Executivo em resistir com a colaboração. “O governo de Alvorada já firmou parceria com o Estado para concluir a limpeza total. O município de Porto Alegre precisa fazer a sua parte
também”, declarou.
O Arroio Feijó divide os municípios de Porto Alegre, Alvorada e Viamão cruzando avenidas principais como a Bernardino Silveira Amorim e a Baltazar de Oliveira Garcia. Segundo informações da SOP, dos sete quilômetros de extensão do córrego cerca de três quilômetros precisam ser dragados para evitar alagamentos.
Nova Gleba
Vítimas constantes de enchentes provocadas pelas cheias do Arroio Feijó, residentes do bairro Nova Gleba, querem urgência na conclusão das obras. Para Júlia Rodrigues Calistro, da Associação de Moradores, a prefeitura de Porto Alegre abandonou os residentes da região que esperam há mais de oito anos pela finalização da limpeza. “É a vida de seres humanos que está em jogo. É triste ver que cada vez andamos mais para trás nesta batalha”, desabafou. Cerca de 3 mil moradores aguardam as decisões do poder público.
Conforme o membro do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Francisco José Ferreira Pinto, a responsabilidade da limpeza é do governo estadual. “A prefeitura da capital não está omissa, no entanto não pode conduzir um processo que é de responsabilidade do Estado”, alegou ao lembrar que pequenas obras já foram realizadas para minimizar o sofrimento das comunidades. “Mas nós também temos dificuldades de recursos no departamento”, completou.
Compromisso
Para o presidente da Cosmam, vereador Carlos Todeschini (PT), o jogo de empurra-empurra não pode continuar. Segundo ele, a Comissão fará solicitação à prefeitura para que agilize a parceria com o governo do Estado e assuma parte da responsabilidade na limpeza do arroio. “Não se pode deixar que as condições da área piorem por causa da omissão do poder público. Se Alvorada conseguiu ajudar, a prefeitura também pode se comprometer”, defendeu. Os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Dr. Raul (PMDB) e Dr. Thiago Duarte (PDT) também acompanharam as tratativas.
(Por Ester Scotti, CPMA, 08/09/2009)